Um estudo recente da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, conclui que a couve-galega só se torna um verdadeiro “superalimento” quando consumida com gordura, uma vez que, ingerida sozinha, o organismo tem dificuldade em absorver os seus nutrientes mais valiosos.
A investigação, divulgada pela Science Daily e conduzida pela equipa da College of Agriculture, Food and Natural Resources (CAFNR), demonstra que os principais compostos benéficos da couve-galega — os carotenoides, como a luteína, o α-caroteno e o β-caroteno — são lipossolúveis, ou seja, dissolvem-se em gordura e não em água. Esta característica limita a sua biodisponibilidade quando o vegetal é consumido sem qualquer fonte de gordura.
Os carotenoides estão associados a benefícios importantes para a saúde, incluindo melhoria da visão, reforço do sistema imunitário e redução do risco de doenças como diabetes, patologias cardiovasculares e alguns tipos de cancro.
Para avaliar a melhor forma de potenciar a absorção destes nutrientes, os investigadores testaram diferentes métodos de preparação da couve-galega: crua, cozinhada, crua ou cozinhada com molho à base de óleo e ainda cozinhada diretamente num molho especial em nanoemulsão. Os testes foram realizados através de um modelo laboratorial que simula o processo digestivo humano, pode ler-se no ZAP.
Os resultados mostraram que a couve crua consumida isoladamente apresenta uma biodisponibilidade muito baixa de carotenoides. Cozinhar a couve sem gordura não só não melhorou a absorção como, em alguns casos, a reduziu ligeiramente.
Em contraste, a adição de molhos à base de gordura, como azeite ou maionese, aumentou significativamente a quantidade de carotenoides disponíveis para absorção, tanto na couve crua como na cozinhada. O efeito foi ainda mais evidente com o uso de molhos em nanoemulsão, desenvolvidos especificamente para maximizar a absorção de nutrientes.
Segundo os autores do estudo, publicado na revista Food Nutrition, os dados apontam para uma conclusão clara: para retirar maior benefício dos vegetais, não basta escolher alimentos saudáveis, é essencial pensar na forma como são preparados e temperados.
A equipa acredita que, no futuro, poderão ser desenvolvidos molhos e temperos funcionais capazes de potenciar a absorção de nutrientes não só da couve-galega, mas de uma vasta gama de legumes.
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