Política

Seguro avisa que Presidência da República “não é um palco para vaidades”

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 21-10-2025

O candidato presidencial António José Seguro avisou hoje que o Palácio de Belém “não é um palco para vaidades” mas sim “um lugar de responsabilidade e escuta” e negou estar a tentar “virar o passado do avesso”.

“A Presidência da República não é um palco para vaidades. É um lugar de responsabilidade, de escuta, de equilíbrio e de inspiração”, defendeu o candidato presidencial e antigo secretário-geral do PS, durante a apresentação de um livro sobre a sua vida intitulado “António José Seguro, um de nós”, da autoria do jornalista Rui Gomes.

A apresentação do livro, que reúne testemunhos sobre as várias fases da vida do candidato presidencial, decorreu numa sala de um hotel em Lisboa, completamente lotada, e contou com a presença de várias figuras do PS – partido que declarou o seu apoio no domingo – como o histórico socialista Manuel Alegre, as antigas candidatas à Presidência da República Ana Gomes e Maria de Belém ou antigos governantes como João Soares, Duarte Cordeiro, Alberto Martins, Nuno Severiano Teixeira ou Jamila Madeira.

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Considerando que a sua vida foi “feita de diálogos, trabalho e dedicação à causa pública”, Seguro agradeceu a todos os que contribuíram para a obra mas também àqueles que o “desafiaram ao longo da vida”.

“Porque são esses desafios que nos tornam mais fortes e mais conscientes daquilo que representamos”, salientou o socialista, que protagonizou uma das disputas mais marcantes pela liderança do PS, em 2014, que viria a ser vencida por António Costa. 

António José Seguro disse querer “construir um futuro em que a confiança volte a ser a base da política, em que a esperança seja maior que o medo e em que Portugal possa finalmente acreditar em si próprio”.

“Aqui, como em Belém, serei sempre um de vós. Aqui, como em Belém, serei sempre um de nós. Aqui, como em Belém, serei sempre a vossa voz”, rematou.

À margem da cerimónia, Seguro foi questionado sobre uma frase sua da obra, na qual afirma: “Não esqueço, mas não sou vingativo. Nem procuro o futuro no avesso do passado”.

Interrogado sobre se está a tentar “virar o passado do avesso”, o antigo líder socialista respondeu: “Não, absolutamente nada. O que eu estou aqui é sempre para olhar o futuro”.

Seguro reforçou que quer “unir, ouvir” e “representar todos os portugueses sem exceção” e realçou o seu compromisso de “colocar sempre o interesse do país acima dos interesses de grupo ou de partidos”.

“O compromisso de servir Portugal com proximidade, sensatez, serenidade e sentido de Estado”, acrescentou.

Salientando que a política, para si, “nunca foi um fim em si mesmo” mas “uma forma de cuidar das pessoas, proteger o que é comum” e “corrigir o que está errado”, o antigo governante argumentou que “o sentido maior” da obra é “a certeza de que vale a pena acreditar na política como serviço e não na política como poder”.

“Hoje, ao olhar para trás não vejo apenas cargos, mandatos, ou momentos públicos. Vejo pessoas, rostos, olhares. Pessoas que confiaram, que discordaram, que me ensinaram, com quem aprendi. Pessoas que me ajudaram a crescer e que me lembraram sempre que ninguém faz nada sozinho”, realçou.

Interrogado sobre se este livro é uma forma de tentar fazer as pazes com os socialistas que tenham ficado zangados consigo quando foi líder, Seguro respondeu que se dirige a “todos os portugueses” e apelou “aos democratas, progressistas, humanistas, para que convirjam numa candidatura que vem para unir”.

“Nós precisamos de levar esperança onde há medo, precisamos de unir onde há excesso de divisões. Este é o propósito da minha candidatura e não me vou desviar dele”, acrescentou.

Sobre se a sala cheia de figuras socialistas pode ser já um reflexo do apoio declarado pelo partido no domingo, Seguro afirmou que “tem tido salas cheias”, mesmo quando “há quatro meses” avançou “sozinho”.

O livro foi apresentado pela jornalista Fátima Campos Ferreira e pelo socialista Francisco Assis, que em 2011 disputou a liderança do PS com Seguro, confronto lembrado pelo próprio.

Assis elogiou Seguro por tê-lo convidado, cerca de um ano depois, para encabeçar a lista dos socialistas nas eleições europeias, considerando que foi um gesto que demonstrou a sua “dimensão” ao não ter guardado “rancores nenhuns” e ter recusado “vingar-se”.

“Faltam poucos meses. Vai ser um combate difícil. Vais ter, como sempre tiveste na tua vida, muitos adversários: uns mais claros, outros mais escondidos. Mas a tua força, a tua determinação, a tua capacidade, a tua decência, a tua extraordinária decência cívica, política e pessoal vão ganhar e com isso vai ganhar Portugal”, enalteceu.

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