O acesso à habitação é, hoje, um dos principais desafios para os portugueses. Mas são muitos os jovens que sonham em ter a sua primeira casa, sem estarem sujeitos ao arrendamento cada vez mais caro ou a viver com os pais. A UCI, entidade especialista em crédito habitação, partilha por isso algumas dicas essenciais para apoiar os mais jovens na compra de uma casa própria.
Antes de iniciar o processo de compra, é fundamental que faça uma avaliação do seu rendimento mensal, das poupanças disponíveis e da sua vida profissional. A análise da taxa de esforço – ou seja, a percentagem do rendimento destinada ao pagamento de créditos – deve ser feita de forma realista, assegurando que fica com dinheiro suficiente para fazer face a outras despesas, o que reduz o risco de incumprimento. Por outro lado, tenha em mente que, para traçar o seu perfil de cliente, a sua vida profissional terá bastante impacto, ajudando se o seu percurso profissional revelar estabilidade, ou seja, que trabalha há algum tempo numa empresa sólida.
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A definição de um teto máximo para o valor do imóvel a adquirir deve ter em conta não só o preço da casa, mas também os custos adicionais associados ao processo: entrada inicial, impostos, escritura, seguros e eventuais obras de adaptação. No entanto, lembre-se que, atualmente, os compradores até aos 35 anos podem beneficiar da isenção total de IMT e Imposto do Selo na aquisição da primeira habitação própria e permanente até 324.058 euros – uma medida que reduz significativamente os encargos iniciais. Para imóveis de valor superior (até 648.022 euros), aplica-se uma isenção parcial. O que é uma boa ajuda. Mas, se possível, fuja à tentação de gastar todo o dinheiro que tem disponível e procure uma casa abaixo do valor máximo que pode pagar, porque assim ficará com uma margem para garantir despesas relacionadas com a casa nova (a mudança, novo mobiliário ou eletrodomésticos, pequenas reparações, por exemplo) e imprevistos.
A oferta de crédito habitação é ampla e diversificada. Desta forma, é importante comparar propostas de diferentes instituições bancárias e compreender todas as condições envolvidas para que possa tomar a melhor decisão. Mas, para fazê-lo, não se foque no spread, que é apenas um dos custos do crédito habitação, olhe antes para a TAEG e o MTIC que lhe darão uma imagem abrangente dos custos de cada proposta de crédito, e serão melhores indicadores para comparar. Tenha também em atenção que se optar por um crédito a taxa variável deve analisar o impacto que terá sobre a sua prestação um aumento da taxa EURIBOR, para estar consciente do compromisso que está a assumir.
Sendo talvez a maior transação que vai fazer na sua vida, contar com o apoio de profissionais – desde intermediários de crédito a mediadores imobiliários – vai facilitar o processo e evitar decisões precipitadas, garantindo maior segurança e confiança em todas as fases da compra. Porque a última coisa que vai querer num processo tão burocrático e complexo é estar com a preocupação de conhecer toda a legislação e implicações para não tomar más decisões. Deixe essa preocupação para os profissionais e foque-se na nova casa.
Nos dias de hoje, pensar numa localização central só é possível se tiver uma situação financeira muito favorecida. Uma das soluções é explorar as periferias, onde por menos dinheiro pode conseguir casas melhores e uma melhor qualidade de vida. É fundamental que avalie bem as infraestruturas e serviços de que a zona dispõe, especialmente em termos de transportes, uma vez que que, sendo mais longe do centro, as deslocações serão uma necessidade.
A ideia de comprar uma casa nova, que corresponda 100% àquilo que idealizou, pode ser muito cativante, mas no mercado atual, com os preços em alta, não é muito realista. Mas uma boa forma de contornar essa questão é olhar para casas usadas e pensar não no seu estado atual, mas no estado em que podem ficar depois de realizar algumas obras. Tenha em conta que há algumas soluções no mercado de crédito para comprar casa e obras, entre as quais a da UCI, que permitem aplicar ao crédito para as obras a mesma taxa de juro do crédito habitação, que será muito inferior a se fosse um crédito para obras isolado. Desta forma pode ter uma casa à sua medida e dentro do seu orçamento. Mas se for fazer obras não se foque apenas em questões estéticas, olhe bem para o certificado energético e veja que intervenções são recomendadas para que possa melhorar a eficiência energética da casa. Por exemplo, ao investir em isolamento térmico e na instalação de janelas eficientes, irá conseguir um maior conforto térmico, o que se traduzirá em menores consumos energéticos, com redução nas faturas de gás e eletricidade. E, juntando o útil ao agradável, reduzirá o impacto ambiental da sua casa.
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