Economia
Santana Lopes vai procurar financiamento para “ficar” com palácio
A Câmara da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, suspendeu hoje o processo de alienação do Palácio Conselheiro Branco, datado do final do século XIX, e vai procurar financiamento comunitário para a sua recuperação.
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A alienação do imóvel situado em Maiorca, classificado como de interesse municipal, que já acolheu o posto da GNR local, constava da ordem de trabalhos da sessão de hoje do executivo camarário, depois deste ponto já ter sido adiado desde a última reunião, em julho, após algumas dúvidas levantadas pelo PS.
O valor previsto para a alienação era de 550 mil euros.
Inicialmente, o presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, justificou a necessidade de alienação do edifício com o elevado investimento de 2,4 milhões de euros que o município teria de efetuar para a sua recuperação, mas hoje, após divulgar imagens do estado de degradação, decidiu suspender o processo, que não chegou a ser votado.
O imóvel, que chegou a ter obras exteriores no último mandato, não concluídas, apresenta um estado de degradação que, só no seu reforço estrutural, seria necessário gastar meio milhão de euros.
“A única maneira que tenho de chamar a atenção da comunidade para as joias da coroa [municipais] é dizer que vai ser alienado, não estou a dizer que é a fingir, mas se as pessoas não despertarem não sei o que vale a pena”, enfatizou o autarca.
No final, em declarações aos jornalistas, Santana Lopes referiu que o Governo tem muita vontade de executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que pode abrir janelas que, “de outra maneira, não se abriam”.
“Houve uma reprogramação e, portanto, há novas janelas que se abriram e vamos tentar aceder os fundos europeus, depois de várias pessoas se terem manifestado e acordado para o facto” de que há ali “um palácio com valor cultural, que é património concelhio”, sublinhou.
O projeto de recuperação executado pelos serviços municipais, que incluía o Centro de Promoção do Arroz, previa que a requalificação do imóvel ascendesse a 2,4 milhões de euros, valor considerado muito elevado para os cofres municipais.
“Fazer ali um projeto como deve ser, que não seja ligado ao arroz, não é fácil”, admitiu Santana Lopes, salientando que o município tem estado a reforçar os quadros no setor da cultura, que tem muitos projetos em curso, como a zona envolvente do Mosteiro de Seiça e a recuperação do Paço de Maiorca.
O autarca lamentou que durante décadas os anteriores executivos e a comunidade figueirense não estivessem despertas para o património municipal, com vários edifícios de valor cultural a atingirem níveis elevados de degradação, como o Palácio Conselheiro Branco ou o Paço de Maiorca.
“O tempo é bom conselheiro e este adiamento pode trazer boas ideias e alternativas [à alienação]”, reforçou a vereadora socialista Glória Pinto.
Desde o primeiro agendamento, que o PS manifestou reservas sobre a alienação do Palácio Conselheiro Branco por se tratar de património com valor cultural e um edifício com valor histórico.
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