Um novo estudo realizado em Hong Kong revelou que jovens que evitam regularmente o pequeno-almoço apresentam maior tendência para sintomas depressivos e comportamentos impulsivos, em comparação com aqueles que mantêm este hábito alimentar diário.
A investigação, publicada na Frontiers in Psychiatry, analisou dados do Estudo Epidemiológico de Saúde Mental da Juventude de Hong Kong (HK-YES), envolvendo 3.154 jovens entre os 15 e os 24 anos. A maioria dos participantes (58%) era do sexo feminino, e os dados foram recolhidos entre 2019 e 2022.
Os resultados mostram que 15% dos participantes evitavam sistematicamente o pequeno-almoço, um comportamento associado a níveis ligeiramente mais elevados de depressão, impulsividade e ansiedade, bem como a uma redução da produtividade mensal e do funcionamento social e ocupacional.
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“O hábito de saltar o pequeno-almoço está associado a níveis mais elevados de sintomas depressivos nos jovens, sendo o défice no controlo da atenção um mecanismo importante nesta relação”, referem os investigadores.
O pequeno-almoço é amplamente considerado a refeição mais importante do dia, essencial para repor a energia e fornecer nutrientes após o jejum noturno. Estudos anteriores já apontavam benefícios como melhoria na concentração, memória e desempenho académico, além de ajuda na regulação do metabolismo.
Neste novo estudo, liderado por Stephanie Ming Yin Wong, os jovens que não tomavam pequeno-almoço revelaram menor autocontrolo e maior distração, sugerindo uma ligação entre este hábito e a capacidade de atenção — fator crítico na gestão emocional e saúde mental.
Apesar das associações encontradas serem estatisticamente fracas, os autores sublinham que os dados devem servir de alerta, especialmente para políticas de saúde pública voltadas para a juventude.
“Incentivar os jovens a estabelecer hábitos regulares de pequeno-almoço poderá ser integrado em futuras intervenções no estilo de vida para lidar com perturbações mentais”, defendem os investigadores.
Importa ainda realçar que o estudo foi conduzido exclusivamente com jovens de Hong Kong, o que limita a generalização dos resultados para outras culturas. Ainda assim, reforça a ideia de que bons hábitos alimentares estão intimamente ligados ao bem-estar mental.
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