O Salão Brazil, em Coimbra, vai retomar a programação, após dois meses com espetáculos fora de portas, com o acolhimento de diferentes festivais, residências artísticas e 25 concertos, entre os quais o de Scúru Fitchádu e do quinteto André Fernandes.
“Os últimos meses do ano são muito ricos, sobretudo em cruzamentos e acolhimentos, parcerias feitas com entidades muito distintas”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Associação Jazz ao Centro Clube (JACC), José Miguel Pereira.
Após dois meses com uma programação feita principalmente fora de portas, o Salão Brazil, na Baixa de Coimbra, retorna à programação e, até ao final do ano, apoia e acolhe os festivais Epicentro (com início já na sexta-feira), Apura (no fim do mês), Linha de Fuga (novembro) e o festival da casa, o Jazz ao Centro (outubro).
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Nos últimos dois meses do ano, várias residências artísticas, com diversos projetos de fora de Coimbra, vão ocupar aquela sala de espetáculos, gerida pelo JACC.
Uma das linhas mais significativas está ligada a uma programação, neste fim de ano, que não tem a ver com portas abertas, “mas que mantém a casa com muita atividade”, no âmbito do apoio à criação artística, explicou o responsável.
A ‘rentrée’ “é cortada por todas estas atividades”, mas o ponto alto acontece nos dias 19 e 20 de setembro, através do regresso dos concertos, com o palco a ser ocupado por Scúru Fitchádu e pelo quinteto de jazz do André Fernandes, ambos a apresentarem novos discos.
Posteriormente, os espetáculos regressam somente em outubro, mas “sempre com momentos muito importantes”.
Tashi Dorji (no dia 03) e os dois artistas de pop brasileiros Sophia Chablau e Felipe Vaqueiro (05) atuam em outubro, enquanto o processo de criação de André Quaresma, sobre trabalho do Jorge Lima Barreto, será um dos destaques de novembro.
“Embora uma parte significativa dos concertos seja da área do jazz, muita da programação tem como linha orientadora, por exemplo, a divulgação da nova música portuguesa, no âmbito do pop rock, do indie, de outras linguagens”, ou o acolhimento de nomes internacionais, adiantou José Miguel Pereira.
O último quadrimestre do ano será envolto na apresentação de 25 espetáculos, programados dentro da própria dinâmica do Salão Brasil, além dos outros trabalhos, que garantirão que todos os dias haja processos em andamento, embora à porta fechada.
O Salão Brasil é propriedade da Câmara de Coimbra desde 2019, tendo-se juntado, no final de 2024, ao universo dos Equipamentos Culturais Municipais, no âmbito de um protocolo de gestão e programação celebrado entre o Jazz ao Centro Clube e o Município.
Está previsto que o edifício, que completará 100 anos em 2026, passe por obras de requalificação.
Ao longo da conferência para apresentação da 23.ª edição do festival Jazz ao Centro, na manhã de hoje, o presidente do JACC recordou que o futuro do espaço foi pensado coletivamente, através de um processo participativo, entre abril e junho, estando os dados obtidos agora a ser tratados.
A partir dos resultados, a Associação Jazz ao Centro Clube irá entregar à autarquia uma proposta de programa preliminar, “um primeiro passo num processo longo”.
Na conferência de imprensa, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, apontou o processo participativo como “o passo mais importante do processo”.
O autarca classificou ainda a obra de requalificação como urgente, realçando que as alterações permitirão que todo o prédio seja voltado para funções culturais, embora afirme ainda não ser possível falar em prazos.
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