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Rússia ameaça cortar o envio de cereais para o ocidente

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 20-05-2022

O ex-presidente russo Dmitri Medvedev declarou hoje que a Rússia vai cortar a exportação de cereais para proteção do próprio mercado afirmando que a “potencial” crise alimentar a nível global é provocada pelas “sanções ocidentais”.  

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“Os países importadores do nosso trigo e outros alimentos vão ficar muito mal sem os abastecimentos da Rússia. Nos campos europeus, sem os nossos fertilizantes vai crescer apenas erva daninha. Pois, temos pena. Eles é que têm a culpa”, escreveu o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, na rede social VKontakte.

Medvedev, chefe de Estado russo entre 2008 e 2012, indicou que perante a situação o “Ocidente” deveria renunciar à política de sanções que considerou “infernais”.

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“Fica demonstrado mais uma vez que estas sanções infernais não valem um centavo quando se trata de assuntos vitais, como os abastecimentos de hidrocarbonetos destinados ao aquecimento das casas e de comida para alimentar as pessoas”, disse.

Segundo o ex-chefe de Estado, a Rússia está disposta a cumprir plenamente os compromissos mas acrescentou que “precisa do apoio do ‘Ocidente'”.

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“Caso contrário não é lógico: por um lado impõem-nos sanções demenciais e por outro lado exigem-nos o abastecimento de alimentos. Isto não pode ser. Não somos idiotas. Insisto: não vai haver abastecimento ao exterior em detrimento do nosso mercado”, afirmou.

A Rússia é o maior exportador mundial de trigo e a Ucrânia o quinto exportador a nível global.

A Rússia e a Ucrânia, em conjunto, de acordo com os dados do organismo da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), abastecem 14% do trigo garantindo mais de um terço das exportações mundiais de cereais.

A FAO já alertou que as perturbações na cadeia de abastecimento e logística na produção de cereais nos dois países provocada pela invasão russa do território ucraniano vão ter importantes efeitos para a segurança alimentar mundial.

A invasão russa, a 24 de fevereiro, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU indicou que mais 3.800 civis morreram e mais de 4.200 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

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