Educação

Rui Tavares quer novo sistema de financiamento para o ensino superior

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 28-02-2024

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, insistiu hoje, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, na defesa de um novo sistema de financiamento do ensino superior e reforçou o objetivo do partido de abolição das propinas.

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Na campanha para as legislativas antecipadas de 10 de março, o dirigente partidário participou num debate sobre o ensino superior na UTAD, em Vila Real, e falou sobre a proposta do Livre para um novo financiamento deste setor assente em três pilares.

O primeiro pilar, explicou, seria oriundo da atividade económica e destinado a um fundo estratégico do ensino superior destinado à construção de laboratórios, bibliotecas e outros projetos de longo prazo que não se compadecem com os quatro anos de uma legislatura e que vão passar a ter um financiamento mais difícil na União Europeia.

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Isso permitiria, acrescentou Rui Tavares, que “reitores e diretores de politécnico não andem a pedinchar para poder fazer aquilo que o país e a economia precisa”.

Depois, num segundo pilar, as despesas de funcionamento seriam asseguradas pelo Orçamento do Estado e, por fim, um fundo de apoio ao estudante do ensino superior.

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“Em parte financiado por quem já beneficiou do ensino superior e está nos mais altos escalões do rendimento do IRS, aqui encontra-se uma maneira que nos possibilita fazer a abolição das propinas, não estar a sobrecarregar os alunos com dívidas no início da sua vida ativa”, defendeu.

Rui Tavares acredita que, para abolir as propinas, um objetivo que o Livre quer atingir, “é preciso ter um plano”.

“Não basta dizer que se quer, é preciso demonstrar como”, frisou, considerando que não é “justo que os estudantes muitas vezes desistam do seu curso por causa das propinas e isso acontece, apesar das bolsas, que não conseguem colmatar todas as lacunas”.

Na sua opinião, o “que pode ser justo é que pessoas que tenham beneficiado do ensino superior público e que estejam nos mais altos escalões de rendimento no IRS paguem uma parte para um fundo de apoio ao estudante do ensino superior, um pouco com aqueles 0,5% do IRS” com que se pode fazer um fazer donativo ao setor social.

Rui Tavares referiu que “cada vez mais gente considera que as propinas não são um modo adequado de introduzir equidade no sistema e que, ainda por cima, acabam por criar muita fricção para os alunos que querem prosseguir os seus estudos”.

“Agora é preciso encontrar o como, eu creio que é isso que falta para desencadear a abolição das propinas e é isso que o Livre traz, é essa diferença que traz a uma negociação para uma governação de progresso e de ecologia, é ter neste novo modelo de financiamento do ensino superior assente em três pilares”, sublinhou.

Nesta ação de campanha Rui Tavares esteve acompanhado das cabeça de lista do partido por Vila Real e Bragança, respetivamente Mila Simões de Abreu e Anabela Correia, almoçando depois na cantina da academia transmontana.

Ainda em Vila Real, no parque Corgo da cidade, a comitiva do Livre, a que se juntou o presidente da Câmara, Rui Santos (PS), plantou uma árvore, um carvalho, e um arbusto, um buxo duriense com 12 anos.

Uma árvore que, segundo Rui Tavares, transporta com ela, de forma simbólica, o desejo de um novo modelo de financiamento para o ensino superior.

“Plantar uma árvore é sempre um gesto que nos projeta para o futuro e é um gesto ético”, afirmou o dirigente do Livre, nesta campanha, já plantou arvores, pelo menos, no Porto e em Braga.

Mila Simões de Abreu contou que houve uma tentativa de colocar este carvalho ao lado de um carvalho de Auschwitz, no campus da UTAD.

“Foi-nos dito que era um ato um político e, portanto, não nos foi permitido. Sim, plantar uma árvore é sempre um ato político e para o futuro”, frisou a candidata por Vila Real, que é também professora na academia transmontana.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

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