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Rocketmen: Marta Ren brilhou (e não foi só no vestido) na noite em que as percussões surpreenderam

Era o nome mais conhecido do alinhamento da primeira noite do Rocketmen e mostrou em palco o porquê. Marta Ren apresentou-se no Jardim da Sereia com um vestido brilhante, mas brilhou muito para além do vestido, com uma simpatia e um espetáculo contagiantes. A abertura do Rocketmen teve mais para contar, com uma grande incidência na percussão, fosse pela surpresa dos Arsenal Mikebe feat.HHY, fosse pelo fechar com chave de ouro por Landrose.
Passavam cinco minutos das 18 horas quando os concertos começaram no Jardim da Sereia, com os brasileiros Asfixia Social. Num registo punk, ora cantando em inglês ora em português, a banda do país irmão trouxe algumas mensagens políticas de apoio à Palestina e de oposição à extrema direita. “O planeta está vivo”, exclamou o vocalista antes de entoar “Planet is Alive”, um dos sucessos da banda. Em cerca de 40 minutos de concerto, ainda deu tempo para uns versos celebrizados pelos Titãs em “Polícia”.
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Seguiu-se a californiana Kate Clover, num final de tarde muito quente, como a própria fez questão de sublinhar. De guitarra em punho e acompanhada pela sua banda, a norte-americana não desiludiu e deu uma atuação enérgica a um público que ia, aos poucos, aumentando.
Após a pausa para jantar, o Jardim da Sereia assistiu talvez a um dos concertos mais surpreendentes do festival, proporcionado pelas percussões dos ugandeses Arsenal Mikebe, acompanhados por HHY. O espetáculo foi aguerrido e fez mexer o público, pecando na falta de diálogo com o público.
Estava feita a preparação para o grande nome da noite. Subindo ao palco às 22h45, Marta Ren mostrou ao que ia, sempre em diálogo com o público e numa atuação sem falhas, que abriu com “Stop Look Listen”, passou por “Release Me” e teve tempo para uma homenagem a David Bowie, “um dos poucos ídolos” da cantora portuense, com uma versão de “Fame”. Num concerto que vai ficar na memória de todos os que se deslocaram ao Jardim da Sereia, houve ainda tempo para um tema inédito, “Baby don’t waste my time”, e para fechar com uma homenagem a Sara Tavares, “uma pessoa que nunca deve ser esquecida”, nas palavras de Marta.
E se o público achava que os trunfos já tinham sido todos lançados, bem se enganou. O belga Landrose, sozinho em cima do palco, fechou as atuações com chave de ouro, misturando a bateria com música eletrónica. Pouco mais de meia hora de espetáculo foi o suficiente para o público ficar rendido e pedir fotografias junto às grades com o músico belga.
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