Economia
Rocketmen de Coimbra contra-ataca: “Aquilo que o Vice-Presidente propõe e aprova, o Presidente indefere”

O responsável pela organização do festival Rocketmen, Tito Santana, volta a criticar a postura do presidente da câmara José Manuel Silva e promente pagar aos credores.
Veja o comunicado;
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“A Organização do Festival Rocketmen regista, com enorme satisfação, a afluência de público nos três dias do Festival, que decorreu no Jardim da Sereia. Numa altura tradicionalmente frágil na cidade de Coimbra, o coração urbano encheu-se de vida — uma cidade que vibrou, os estabelecimentos comerciais e hoteleiros daquela zona beneficiaram, e Coimbra, por fim, respirou cultura no primeiro fim-de-semana de agosto. É algo a registar. É algo a enaltecer.
Infelizmente, do ponto de vista financeiro, o retorno não correspondeu ao esperado.
A limitação imposta à praça de alimentação, comunicada a apenas duas horas do início do evento e de forma unilateral pela Câmara Municipal de Coimbra, comprometeu seriamente a receita do festival — que depende, em grande parte, das comissões provenientes dessas concessões.
Importa esclarecer: a zona de alimentação na Praça da República não foi uma invenção da Organização do Festival.
Foi proposta pela própria Câmara Municipal de Coimbra, na pessoa do seu Vice-Presidente.
A documentação foi devidamente tratada desde maio, por parte da organização e pelos concessionários. E, em sucessivas reuniões com a Autarquia, essa questão nunca foi levantada.
Foi, por isso, com genuína surpresa que esta organização recebeu, às 16 horas do primeiro dia (a primeira banda subia ao palco às 18h), uma notificação a indicar que aqueles espaços não poderiam funcionar no local previamente combinado e autorizado.
Sem querer meter foice em seara alheia, não podemos deixar de estranhar os desencontros dentro do Executivo Camarário:
Aquilo que o Vice-Presidente propõe e aprova, o Presidente indefere.
Aquilo que foi dialogado, é travado por uma vereadora.
Fica a dúvida: dialogam entre si os membros que compõem a maioria da Câmara Municipal de Coimbra?
Lê-se por aí, num comentário numa página da coligação que governa a cidade: “A lei é igual para todos”.
Concordamos plenamente.
Foi por isso que cumprimos todos os trâmites legais, todas as burocracias, todas as obrigações.
E é por isso mesmo que causa perplexidade a decisão da Autarquia, a duas horas do início do evento, de travar um processo legítimo, articulado e validado desde maio.
Importa ainda esclarecer: a maior parte dos elementos da Organização do Festival Rocketmen votou nesta solução autárquica para Coimbra. Alguns são até militantes do partido que sustenta esta coligação.
Isto não é uma questão partidária.
Não é uma luta política.
Está em causa o trabalho, o investimento, o tempo, a saúde e a vida de muitas pessoas que podiam ter estado com a família, com os amigos, ido de férias, terminado os seus estudos (alguns deles suspensos há mais de 10 anos), mas que optaram por “cometer o crime” de oferecer um evento à cidade.
De dinamizar Coimbra numa época em que habitualmente o vazio impera.
Nada disto nos desresponsabiliza.
O resultado financeiro foi aquém do necessário.
E há compromissos — especialmente com quem comprou bilhete e, legitimamente, quer ser reembolsado.
A Organização do Festival Rocketmen, enquanto detentora de um bar na cidade (Pinga Amor), irá colocá-lo para trespasse e recorrerá também à banca, como forma de reunir os fundos necessários para reembolsar todas as pessoas, até ao último cêntimo.
Já começámos esse processo.
Algumas pessoas já foram ressarcidas.
E iremos continuar — mesmo que isso leve tempo, mesmo que seja difícil.
Pedimos desculpa por eventuais atrasos e estamos totalmente disponíveis para qualquer contacto ou reclamação.
A Organização do Festival Rocketmen agradece, do fundo do coração, a todos os que estiveram presentes.
Como conimbricenses — uns de nascimento, outros por adopção — foi comovente ver o Jardim da Sereia cheio de gente no dia 1 de agosto. Um cenário impensável noutros anos, onde nessa mesma data Coimbra era quase uma cidade fantasma.
Agradecemos os elogios, as mensagens de apoio, os abraços, os olhares.
Agradecemos também as críticas construtivas e as opiniões desfavoráveis — elas fazem-nos crescer e ser melhores.
Queremos uma Coimbra dinâmica, viva, ousada, com valor acrescentado.
É nisso que acreditamos.
É para isso que trabalhamos.
E é isso que, mesmo entre todas as contrariedades, estamos a conseguir construir.
Viva o rock´n´roll“
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