Ricardo Pocinho critica encerramento de licenciaturas em Gerontologia
O investigador de Coimbra Ricardo Pocinho, fundador da Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES), criticou hoje o encerramento e as incertezas nas licenciaturas em Gerontologia, considerando inexistente o interesse nos mais idosos.
“Num país onde o índice de envelhecimento, que relaciona o número de idosos que existem por cada 100 jovens, era de 148,7% em 2016, segundo os últimos dados da Pordata, e tendo em conta que este índice cresceu em Portugal nos últimos 20 anos 61,4%, não ter profissionais capacitados com licenciatura para corresponder a este desafio societário representa um retrocesso civilizacional”, refere Ricardo Pocinho, em comunicado enviado à agência Lusa.
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Para o fundador e presidente da ANGES, “o país não tem interesse na sua maior riqueza, o ‘ouro grisalho’, e nem todos entendem a atual conjuntura sociodemográfica do país”.
A criação da licenciatura em Gerontologia, em 2006, “fazia perceber que ter mais pessoas a viver mais anos seria um indicador de progresso”, considera o investigador.
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Contudo, acrescenta, “assistiu-se a um desenvolvimento da sociedade que a ciência, o ensino e a formação não acompanharam, dado que a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior aconselhou o encerramento de três licenciaturas em Gerontologia nos últimos anos”.
“O que pretendemos saber e vamos questionar a todos os responsáveis é se são as escolas que não tem competências para lecionar, ou se é a agência que não entende como necessário” afirma Ricardo Pocinho sobre a intenção daquela entidade em relegar para plano de estudos pós licenciatura a formação em Gerontologia.
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O presidente da ANGES recorda que Portugal é “um dos países mais velhos da Europa”.
“E somos solicitados a discutir a questão ao mais alto nível científico, mas corremos o risco de estar a formar pessoas que, enquanto alguém envelhece e morre ao seu lado, desenham um teorema para a felicidade dos velhos ou fazem progressos na investigação de um fármaco para a calvície”.
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