NO FACEBOOK DE RICARDO CASTANHEIRA:
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INCÓGNITA
Este era um Mundial de futebol que tinha tudo para dar certo. Seria, como lhe chamou Dilma Rousseff, “a Copa das Copas”. Afinal de contas, estamos no Brasil onde a paixão pela bola é tamanha e o desejo por festa uma constante.Mas, surpreendentemente ou talvez não, o evento está envolto num clima tal de tensão social, que as atenções são atraídas mais para as ruas que para dentro dos estádios.
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Apesar da evolução económica da última década e da redução das desigualdades sociais – com base em fortes investimentos em programas assistencialistas – o Brasil não está bem. Acreditou-se que seria desta vez que se cumpriria a ideia de país do futuro, todavia os mais diversos indicadores mostram que o crescimento é pífio e insustentado; que as contas públicas mascaram uma despesa pública descontrolada; que o “custo-brasil” afasta investimentos externos e desmotiva a iniciativa privada e, acima de tudo, que fez-se muito pouco em educação, saúde e segurança interna, os pilares fundamentais de uma sociedade desenvolvida.
As greves diárias, manifestações mais ou menos agressivas e chingamentos violentos à classe política abrem os telejornais e fazem as manchetes. Ninguém sabe como vai acabar. Cada dia é uma incógnita. E, essencialmente, uma coisa é certa: a reeleição de Dilma está cada vez mais dependente da prestação desportiva da seleção brasileira e de como as coisas evoluírem nas ruas.
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Enfim, Nelson Rodrigues (um símbolo das letras brasileiras) tinha razão ao dizer que “em futebol, o pior cego é o que só vê a bola”. Hoje, no Brasil, decide-se mais do que uma taça e vive-se mais que uma copa!
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