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Revolução no 112: INEM vai deixar de ter ambulâncias

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 8 minutos atrás em 10-12-2025

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) poderá deixar de gerir ambulâncias a partir de 2026, segundo uma proposta avançada pelo Governo para a reestruturação do sistema de emergência pré-hospitalar.

A intenção é que o socorro e transporte de doentes em situação de urgência passem a ser assegurados exclusivamente por bombeiros e operadores privados, ficando o INEM responsável apenas pelos meios de suporte imediato e avançado de vida, noticiou esta quarta-feira o Expresso.

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De acordo com o relatório da Comissão Técnica Independente que está a estudar o futuro do INEM, a rede pré-hospitalar poderá passar a basear-se sobretudo em cuidados de suporte básico de vida, incluindo o programa de desfibrilhação automática externa, contratualizados com entidades públicas, privadas ou do setor social.

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Na prática, isto significa que as ambulâncias de primeira intervenção serão operadas fora do INEM, cabendo a estas entidades realizar a primeira avaliação e estabilização dos doentes.

Os meios do INEM — SIV e SAV, com técnicos de emergência e enfermeiros — só seriam acionados em caso de necessidade, ficando sediados em urgências de centros de saúde e hospitais médico-cirúrgicos de média dimensão.

O Expresso revela ainda que o atendimento telefónico do 112 pode vir a sofrer alterações. As duas centrais nacionais, atualmente geridas pela PSP, poderão passar a operar fisicamente próximas dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e da Linha SNS24.

Não está prevista a fusão das linhas, mas sim uma partilha dos mecanismos de triagem, agilizando a tomada de decisão sobre o tipo de resposta a acionar.

As alterações representam uma mudança estrutural profunda no modelo de emergência médica em Portugal e integram um conjunto mais amplo de recomendações que poderão começar a ser implementadas no início de 2026.

A proposta será agora analisada politicamente, mas já está a gerar debate no setor da saúde e entre os profissionais do INEM, que receiam uma perda de capacidade operacional e de qualidade no socorro.

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