Cidade
Restos mortais de Luiz Goes trasladados para jazigo municipal em Coimbra
Os restos mortais do médico e cantor de Coimbra Luiz Goes vão ser trasladados no domingo para o jazigo municipal da cidade, no cemitério da Conchada, disse hoje o presidente do município, Manuel Machado.
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O corpo de Luiz Goez será o primeiro a ser acolhido no jazigo destinado “à imortalidade de figuras ilustres da Academia e da cidade”, afirmou à agência Lusa Manuel Machado, sublinhando que se trata de “um gesto simbólico” e de reconhecimento por aquilo que fizeram algumas personalidades de Coimbra.
“Luiz Goes deu um contributo inequívoco para o prestígio da cidade e da Academia”, enquanto compositor e intérprete da canção de Coimbra, mas também, igualmente “sem qualquer dúvida”, enquanto médico e cidadão, salientou Manuel Machado.
O jazigo municipal, o número 33 do Cemitério da Conchada, acolherá figuras que a Câmara vier a entender, “sempre depois de ouvidas outras entidades e personalidades” e desde que haja acordo, nesse sentido, dos familiares do homenageado, adiantou o presidente da Câmara.
Natural de Coimbra, onde nasceu em 1933 (05 de janeiro), Luiz Fernando de Sousa Pires de Goes faleceu, em Mafra, em 18 de setembro de 2012, estando sepultado, “por sua vontade expressa”, em Coimbra, no Cemitério da Conchada, no jazigo da família de António Portugal, jurista, compositor e guitarrista da música de Coimbra, falecido em 1996.
A cerimónia da trasladação do corpo de Luiz Goes para outro jazigo do Cemitério da Conchada realiza-se às 12:00 de domingo.
Além de se associar aquela cerimónia, a Universidade de Coimbra (UC) vai homenagear o “médico, poeta, compositor e cantor, e um dos expoentes máximos da canção de Coimbra”, com um espetáculo no domingo, às 21:00.
Através da Rede de Antigos Estudantes (Rede UC), com o apoio da Associação de Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa e da Associação Académica de Coimbra (AAC), a UC vai prestar uma homenagem a Luiz Goes com um espetáculo integrado na XVI Semana Cultural da Universidade, anunciou a reitoria da instituição.
O espetáculo – Tributo a Luiz Goes – terá lugar no Teatro Académico Gil Vicente, contando a primeira parte com atuações do Coro dos Antigos Orfeonistas da UC e do grupo de fado In Illo Tempore, da Secção de Fado da AAC.
A segunda parte do espetáculo será preenchida com a peça de teatro ‘Luiz Goes de Ontem e de Hoje’, construída a partir de um texto da entrevista de Carlos Carranca ao compositor e cantor de Coimbra, publicada no livro ‘Luiz Goes de Ontem e de Hoje’, editado em 1998.
A peça desenvolve-se com a revelação de algumas facetas da vida e da personalidade de Goes, em simultâneo com “uma série de momentos cénicos – bailado, canto e poesia -, que ilustram o diálogo”.
O espetáculo tem coreografia de Helena Vascon, direção de sonoplastia de Hugo Neves Reis, guarda-roupa do Teatro Experimental de Cascais, edição de vídeo de Miguel Babo e direção de cena de Carlos Carranca, e conta com a participação dos atores Luís Aguiar, Renato Pinto, Pedro Jorge e de alunos da Escola de Teatro de Cascais.
Luiz Goes licenciou-se em medicina, tendo exercido como estomatologista, em paralelo com a carreira artística.
Iniciou-se no fado por influência do tio paterno, Armando Goes, contemporâneo de Edmundo Bettencourt, António Menano, Lucas Junot, Paradela de Oliveira, Almeida d’Eça e Artur Paredes, referências da canção de Coimbra nas décadas de 1920 a 1940-50.
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