Restaurantes

Restauração: Crise vai pôr 200 mil no desemprego se não houver apoio

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 13-03-2020

O presidente da associação PRO.VAR – Promover e Inovar a Restauração Nacional avisou hoje o Governo de que 200 mil colaboradores do setor vão para o desemprego caso não haja um apoio financeiro durante a crise provocada pela pandemia Covid-19

PUBLICIDADE

“Se não houver essa ajuda [financeira], os cerca 35 mil restaurantes, 100 mil estabelecimentos de restauração e 200 mil colaboradores do setor vão para o desemprego e o país que estava alavancado com este setor [do turismo] vai sofrer claramente”, alertou Daniel Serra, presidente da PRO.VAR, associação com 500 associados do ramo da restauração criada em dezembro de 2014, com sede np Norte do país.

À margem de uma reunião que decorreu ao final da tarde de hoje numa unidade hoteleira do Porto com o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Daniel Serra declarou aos jornalistas que os restaurantes estão a viver em “estado de sítio” e que os proprietários estão a viver tempos “dramáticos”.

PUBLICIDADE

“O setor da restauração é extremamente importante em Portugal e portanto eu só peço, e estamos no fundo num momento crítico, que olhem para este setor com carinho e ajudem”, apelou aquele Daniel Serra.

O presidente da associação frisou que os restaurantes não querem “nenhuma esmola”, nem querem passar a ideia de que “são subsídio dependentes”.

PUBLICIDADE

“O que a associação pretende é uma ajuda, que no tempo estaremos cá para repor. Só queremos é que nos deixem sobreviver para podermos contribuir para a economia como fizemos até então”, resumiu.

A PRÓ.VAR pediu ao Governo que se agilizem tabém “determinados procedimentos e processos” dos apoios financeiros de maneira a obter “rapidamente os financiamentos necessários para que as empresas sobrevivam”, disse, recordando que as “microempresas são 97% do tecido empresarial” e que vão ficar numa posição extremamente fragilizada”.

“A situação é séria e aquilo que a PRÓ.VAR está a neste momento a fazer é a tentar, com as demais associações [do setor], procurar soluções para que de forma com responsabilidade que respondem momento a momento a cada situação, porque isto vai mudar de momento a momento”, acrescentou, referindo que têm algumas propostas “draconianas” para partilhar com os “colegas do turismo e com o Governo”.

Segundo o presidente da PRÓ.VAR é determinante que seja o Governo em conjunto com as associações apresentem uma “medida que seja alargada ao país todo”.

“Nós vamos ter que rapidamente unirmo-nos todos e tentar resolver (…), porque se houver compreensão e intervenção das várias entidades em toda a cadeia de valor, eu penso que vamos conseguir sobreviver”, disse, revelando a associação está “atenta” e “preocupada” 24 horas, porque há empresários “em desespero que chegam a ligar durante a noite” e que se está a viver um “Estado de sítio”.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (34), ao passar de 78 para 112, dos quais 107 estão internados.

A região Norte continua a ter o maior número de casos confirmados (53), seguida da Grande Lisboa, cujo registo duplicou para 46, enquanto as regiões Centro e do Algarve têm cada uma seis casos confirmados. Além destas há um caso assinalado pela DGS no estrangeiro.

O boletim epidemiológico assinala também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 1.308 casos suspeitos (mais de o dobro em relação a quinta-feira) e mantém 5.674 contactos em vigilância.

Na quinta-feira, o Governo anunciou que as escolas de todos os graus de ensino vão suspender todas as atividades letivas presenciais a partir de segunda-feira, devido ao surto de Covid-19.

Várias universidades e outras escolas já tinham decidido suspender as atividades letivas.

O Governo decidiu também declarar o estado de alerta em todo o país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE