Coimbra

Recuperação de salva-vidas de grande capacidade da Figueira da Foz custa 117 mil euros

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 02-09-2020
A reparação do salva-vidas da Figueira da Foz Patrão Moisés Macatrão, que está há mais de oito meses sem ser utilizado, deverá custar 117 mil euros e estar pronta daqui a mais de 70 dias.

Em 19 de agosto, a agência Lusa noticiou que o porto da Figueira da Foz estava há oito meses sem o salva-vidas de grande capacidade do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) Patrão Macatrão, utilizado principalmente em salvamentos a longa distância, conforme disse então fonte da autoridade marítima.

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Na terça-feira, foi lançado em Diário da República o concurso público para a reparação da embarcação, que prevê um investimento de 117.350 euros, com um prazo de execução de 70 dias.

Em agosto, em declarações à agência Lusa, o capitão do Porto da Figueira da Foz, João Lourenço, manifestou-se preocupado com a situação de inoperacionalidade da embarcação salva-vidas, revelando que a Patrão Macatrão saiu de serviço em dezembro de 2019, depois de ter partido uma hélice por ter embatido durante a noite, “presumivelmente”, contra os restos de um tronco de árvore arrastado pelas cheias do Mondego.

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“O processo de reparação está a demorar mais do que eu gostava e não sei quando estará concluído. É uma embarcação que tem vários anos de serviço [está no ativo desde 1997] e foi decidido juntar a reparação a uma revisão geral e renovação”, explicou na ocasião João Lourenço.

O capitão do porto adiantou então que a situação o “preocupa bastante, não tanto neste período de verão, mas sobretudo no inverno, em que a Patrão Macatrão tem mais vantagens, nomeadamente se for um salvamento a longa distância, porque pode operar até às 50 milhas” da costa, cerca de 90 quilómetros.

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O salva-vidas tem 13,5 metros de comprimento, cabine rígida e uma “reserva de flutuabilidade” que lhe permite enfrentar condições extremas de mar, mantendo a posição ‘sempre em pé’.

Sobre os procedimentos de reparação, o comandante do porto explicou que há cerca de dois meses, em junho, estiveram na Figueira da Foz técnicos do ISN e da Direção-Geral de Faróis para definirem a “lista de trabalhos” a incluir na intervenção e, mais recentemente, também um responsável do departamento marítimo do Norte.

João Lourenço disse na altura desconhecer qual a verba necessária à reparação da Patrão Macatrão: “Uma só hélice é caríssima e depois há toda a lista de trabalhos e de equipamentos novos”, argumentou o capitão do porto.

Admitiu, no entanto, que o custo poderia ser superior a uma dezena de milhar de euros, montante que “ultrapassa” a disponibilidade financeira do departamento marítimo do Norte e que deverá ser “centralizado” na Autoridade Marítima Nacional.

O salva-vidas, habitualmente fundeado na marina, na zona ribeirinha da Figueira da Foz, está há vários meses a seco, nas instalações de um empresa de reparação de iates, na margem esquerda do Mondego, constatou a Lusa no local.

O alerta para a situação do salva-vidas foi dado em 19 de agosto do PSD da Figueira da Foz, preocupado com a possibilidade de este município do litoral do distrito de Coimbra – que para além do porto comercial, possui porto de pesca e atividade de náutica de recreio – estar sem aquele equipamento nos próximos meses.

A embarcação salva-vidas homenageia Moisés Macatrão, que foi patrão da estação do ISN da Figueira da Foz ao longo de 32 anos, até 1994. Ao longo desse período, Moisés Macatrão realizou centenas de salvamentos e foi homenageado em 1997 pela Marinha, que deu o seu nome à primeira de oito embarcações da então nova classe Rainha Dona Amélia.

Moisés Macatrão morreu em 2004, vítima de doença prolongada e foi sepultado em Peniche, de onde era natural.

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