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Saúde

Receio de contágio compromete tratamentos de doentes em cuidados continuados

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 24-03-2020

 O tratamento médico de utentes em cuidados continuados e o seu transporte a hospitais está a ser posto em causa por receios de contágio de covid-19, denunciou a associação do setor que criticou também a insuficiência do financiamento.

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Num comunicado enviado hoje, a Associação Nacional de Cuidados Continuados (ANCC) anexa um email enviado no dia 18 de março à ministra da Saúde e à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a expor constrangimentos destas unidades e os riscos de admitir doentes enviados por hospitais e de manter transportes entre unidades hospitalares e unidades de cuidados continuados para tratamentos.

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O isolamento de doentes de covid-19 e de casos suspeitos nas unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados “de nada serve” se os doentes tiverem que continuar a sair para tratamentos hospitalares.

“Se se pretende evitar a propagação do vírus ao máximo, então é completamente errado enviar doentes de hospitais para as UCCI) [unidades de cuidados continuados integrados] (ou para outro lado qualquer) sem o devido teste, bem como enviar doentes a necessitar de hemodiálise (ou outra situação semelhante) em que implica diversas saídas e entradas de doentes nas UCCI, aumentando exponencialmente o risco de contágio. A isto acresce que, no caso de uma das nossas associadas, está a lidar com situações em que os bombeiros recusam fazer o transporte e a clínica de hemodiálise recusa receber o doente”, lê-se no email enviado ao Governo, assinado pelo presidente da ANCC, José Bourdain.

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“Acresce que as UCCI não têm as condições que têm os hospitais, pois não foram concebidas para tal, nomeadamente espaços físicos e pessoal com formação específica além de que neste momento não têm nem conseguem aceder a determinado equipamento de proteção individual (EPI), nomeadamente máscaras cirúrgicas”, acrescentava a missiva, que apelava à entrega de máscaras a estas unidades.

Recuperando críticas já feitas no início do ano ao financiamento às unidades de cuidados continuados por utente e por tipologia de internamento, a ANCC volta a sublinhar que as comparticipações do Estado não são suficientes para cobrir aumentos de despesas como o aumento do salário mínimo e considera que o aumento de financiamento de cerca de 50 milhões de euros para o setor social é “uma aspirina” que contém em si “a vergonha” de não abrangerem os cuidados continuados.

As contas apresentadas pela associação em janeiro, quando foi publicada a portaria de atualização das comparticipações do Estado, revelavam défices mensais de milhares de euros entre a despesa das unidades e os apoios do Estado.

Na mesma altura alertaram para o perigo de encerramento destas unidades, por “manifesta inviabilidade de funcionamento e acumular de prejuízos e dívidas”.

“O encerramento de várias Unidades de Cuidados Continuados levará ao colapso do que ainda resta do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Temos alertado o Governo e a Assembleia da República para tal situação, mas o Governo ilude-se que esta situação se pode manter”, alertava a ANCC na altura.

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