Região

Raptor manteve jovem de 16 anos de Leiria fechada num quarto durante 8 meses em Évora

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 01-02-2023

Foram 8 meses, oito longos meses de espera para aquela família de Leiria que desesperava por saber do paradeiro da sua filha de 16 anos.

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Agora, sabe-se que a menor passou quase um ano fechada numa moradia em Évora, sem luz natural e sem contacto com o exterior. Passava o tempo a jogar online e a ver filmes num tablet.

Só era permitido falar apenas com duas pessoas: o raptor, um empregado fabril, de 48 anos, e a mãe deste, de idade avançada e que as autoridades acreditam não ter noção do que realmente se passava na casa.

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O desaparecimento ocorre a caminho da escola, no dia 30 de maio, aquando a jovem tinha ainda 16 anos, agora já com 17. O raptor foi buscar a vítima a Leiria e levou-a para a sua residência, em Évora.

O homem é considerado uma pessoa “devidamente integrada e estruturada”, adiantou ao Correio da Manhã, Jorge Leitão, diretor da PJ do Centro.

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“O problema é se a vítima não estaria fragilizada e controlada psicologicamente pelo arguido. Esta é a grande questão deste caso”, notou o responsável da PJ, explicando que a jovem não estava fisicamente retida na habitação, mas poderia estar condicionada emocionalmente pelo homem e por uma suposta “relação afetiva”. O relacionamento começou quando começaram a falar durante jogos online quando a rapariga tinha 14 anos.

“A investigação foi complexa, pois a vítima levou apenas roupas, uma consola de videojogos e o telemóvel, que manteve desligados. Quando o homem, que está em processo de separação, recebia visitas – incluindo dos filhos -, a jovem escondia-se no sótão. Entre os vizinhos, ninguém se apercebeu da menor na casa. Quando foi encontrada pela PJ, estava calma e fisicamente bem”, informa o jornal.

O arguido iria ser presente a um juiz, esta tarde, no Tribunal de Leiria, para aplicação das medidas de coação. Mas com a greve dos Oficiais de Justiça a decorrer, não se concretizou e foi adiado para amanhã, dia 2 de fevereiro. A PJ acredita que o arguido se aproveitou da “imaturidade e personalidade frágil” da vítima.

A jovem já tinha sido sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) por más notas na escola.

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