Durante anos, foi apenas mais um nome num percurso académico de excelência. Hoje, Cláudio Manuel Neves Valente, de 48 anos, surge associado a uma sucessão de crimes que abalou a comunidade científica e deixou um rasto de choque entre antigos colegas e professores.
Cláudio Valente e Nuno Loureiro foram colegas no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, na década de 1990. Enquanto Nuno era recordado como comunicativo e marcante, Cláudio passou quase despercebido. Uns descrevem-no como reservado e passivo; outros lembram-no como brilhante, mas difícil no trato.
Depois de concluir o curso, Cláudio chegou a exercer funções como monitor, mas acabou por sair do Técnico em 2000, num contexto que nunca foi totalmente esclarecido. Nesse mesmo ano, mudou-se para os Estados Unidos, onde frequentou uma pós-graduação em Física na Universidade Brown, uma ligação breve que ficou para trás durante décadas.
Mais de 20 anos depois, o seu nome regressa à atualidade de forma violenta. Cláudio Valente é suspeito de um tiroteio num campus universitário norte-americano que provocou duas mortes e, pouco depois, de ter assassinado o ex-colega Nuno Loureiro, encontrado morto em casa, na área de Boston, refere o site ZAP.
Dias mais tarde, Cláudio Valente foi encontrado morto num armazém, num aparente suicídio. As autoridades continuam a tentar perceber o que motivou os crimes e que relação poderá existir entre acontecimentos separados por tantos anos.
As descrições feitas por quem com ele conviveu são contraditórias: há quem o recorde como arrogante e desagradável, e quem fale de um homem paciente, acessível e de inteligência excecional. Um génio solitário para uns; uma presença incómoda para outros.
O contraste com Nuno Loureiro é evidente. Natural de Viseu, construiu uma carreira académica de prestígio internacional e era uma figura amplamente reconhecida no meio científico.
Entre silêncio, memórias difusas e muitas perguntas por responder, o caso de Cláudio Valente permanece envolto em mistério, deixando por explicar como um percurso académico brilhante terminou numa tragédia.
PUBLICIDADE
