Política

“Quem é o PS para dar lições de estabilidade?” PSD recomenda recato a António Costa 

Notícias de Coimbra | 6 meses atrás em 18-11-2023

O secretário-geral do PSD perguntou hoje “quem é o PS para dar lições de estabilidade”, salientando que o atual Governo de maioria absoluta teve 14 demissões, “esboroou-se”, e recomendou “algum recato” a António Costa.

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Hoje, em declarações aos jornalistas em Lisboa a meio da Comissão Nacional do PS, o secretário-geral socialista, António Costa, considerou que “a direita apresenta uma alternativa de instabilidade”, referindo que “uma maioria parlamentar aritmética de direita dependente do Chega nunca será uma maioria governativa”.

Em declarações à agência Lusa, Hugo Soares reagiu a estas palavras de António Costa, afirmando que, “se o assunto não fosse sério e o país não vivesse como está a viver, até dava vontade de rir”.

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“Um Governo de maioria absoluta que teve 14 demissões e se esboroou… Quem é o PS para dar lições de estabilidade a alguém? É preciso algum decoro na vida política, e o doutor António Costa deveria entrar nessa fase de algum recato”, disse.

Hugo Soares referiu que o PSD já foi “tão claro” sobre a rejeição de uma eventual coligação ou acordo pós-eleitoral com o Chega que “só o doutor António Costa ainda não percebeu, de resto o país todo já percebeu”.

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Questionado sobre o facto de António Costa ter dito que a dissolução da Assembleia da República foi “totalmente despropositada e desnecessária”, Hugo Soares respondeu que “ninguém no país consideraria haver outra hipótese que não fosse dar a voz ao povo”.

“O clima de degradação institucional e de empobrecimento das pessoas e das famílias é de tal ordem que só uma clarificação pode acabar com esta conflitualidade que existe no país”, defendeu.

Hugo Soares manifestou ainda “muita preocupação” com “declarações recentes, e que hoje foram também conhecidas, por parte de altos dirigentes do PS, sobre a situação política”, defendendo que os socialistas têm de definir se são “a favor do princípio da separação de poderes” ou se pretendem “interferir na Justiça”.

“Nós, no PSD, respeitamos a presunção de inocência, mas respeitamos também a livre investigação do Ministério Público, e não podemos admitir que o PS esteja a querer judicializar estas eleições”, afirmou.

O secretário-geral do PSD alegou que, na reunião de hoje da Comissão Nacional do PS, houve altos dirigentes do partido que “criticaram o Ministério Público”, recordando também a entrevista à RTP3 do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na qual pediu celeridade à justiça no processo envolvendo António Costa.

“Os partidos que construíram o estado de Direito democrático e a democracia devem pugnar, lutar, defender a separação de poderes, e eu faço esse apelo ao PS: não judicialize estas eleições”, disse.

Hugo Soares considerou que o Governo está “contra os médicos, contra os professores, contra os oficiais de Justiça, contra as forças de segurança, contra o Presidente da República e agora contra a Justiça”.

“O país precisa de tranquilidade, de confiança e esperança, e o PSD pede ao PS que pare de contribuir para o degradar das condições políticas, sociais e económicas em Portugal”, reforçou.

Nas declarações que fez hoje à comunicação social, Costa considerou que, para que o Presidente da República não seja forçado a uma nova dissolução do parlamento, “é essencial que a direita não seja maioritária na Assembleia da República”, uma vez que o Chega “será um fator permanente de instabilidade”.

O também primeiro-ministro deixou ainda outro recado, este dirigido ao PSD: “Que ninguém pense que lá por fazer um acordo com o Chega e ter uma maioria na Assembleia da República cria condições de governabilidade”.

“Não cria. Pelo contrário, é um fator de enorme ingovernabilidade”, sustentou.

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