A edição 2019 da Queima das Fitas de Coimbra, hoje apresentada no Café Santa Cruz, tem como lema “Da tradição irreverente faz-se a história do presente”, numa celebração dos 50 anos da crise académica de 1969.
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“Pretendemos celebrar os 50 anos da crise académica e mostrar que a ação dos estudantes no presente pode ser igualmente disruptiva”, disse à agência Lusa Serenela Luz, comissária da Representação Institucional da Queima das Fitas de Coimbra, festa estudantil que decorre de 03 a 10 de maio.
De acordo com a estudante de Medicina, a comissão central da Queima das Fitas 2019 quer “trazer de volta” a tradição académica e marcar um “bilhete de identidade” da festa estudantil, referindo que as iniciativas culturais e desportivas decorrem durante mais de três meses, entre março e junho, e não estão apenas centradas entre 03 a 10 de maio e nas Noites do Parque, lugar de concertos e outros espetáculos.
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“Queremos aproximar a Queima da cidade e das suas instituições e entidades, mas também dos estudantes e, por isso, vamos realizar visitas às faculdades para ouvir os seus anseios”, declarou Serenela Luz.
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Apesar de hoje ainda não ter sido revelado o alinhamento de artistas que irão marcar presença nas Noites do Parque, no palco principal e secundário, foi apresentado o cartaz oficial da Queima das Fitas que, de acordo com a comissária, “mimetiza o filme Rei Leão”, da Disney, apresentando um estudante a segurar os símbolos da praxe académica, iluminado por um raio de sol no topo da torre da Universidade de Coimbra, rodeada, ao nível do solo, por estudantes das diversas faculdades, naquilo que a organização traduz como a “celebração do espírito académico”.
Na sessão de hoje, em declarações aos jornalistas, Leandro Marques, secretário-geral da Queima das Fitas, assinalou que a festa estudantil “quer voltar às origens, mas com os olhos postos no futuro”, e anunciou a intenção de se realizar “uma noite apenas de fado de Coimbra” promovida pela Secção de Fado da Associação Académica.
Outros objetivos passam por melhorar as condições da entrada no recinto das Noites do Parque – na Praça da Canção, margem esquerda do Mondego – e “atrair mais gente e mais patrocinadores”.
“Mas a Queima não é só Noites do Parque. No âmbito tradicional, cultural e desportivo temos atividades a decorrer desde março até junho, é uma festa de estudantes, mas também da cidade de Coimbra”, observou o secretário-geral.
Anunciou, por outro lado, que o palco secundário do recinto, por onde passam projetos habitualmente mais alternativos “e que de ano para ano tem uma importância cada vez maior”, terá uma programação da responsabilidade da Rádio Universidade de Coimbra, durante toda a semana “com um orçamento reforçado” e não apenas nos primeiros quatro dias como acontecia até aqui.
O estudante da Faculdade de Ciências e Tecnologia disse ainda que é intenção da comissão central que o recinto da Queima possa receber iniciativas a partir da tarde de cada um dos dias: “As pessoas entram no recinto cada vez mais tarde e queremos que vão mais cedo”, sustentou.
A redução da pegada ambiental da festa dos estudantes é outro objetivo dos organizadores – Leandro Marques lembrou que esse trabalho começou em 2018 com a utilização de copos reutilizáveis – e os promotores querem este ano “dinamizar melhor essa utilização”, se possível estendê-la à existência de pratos e talheres reutilizáveis.
Apostam ainda no aumento de pontos de recolha de resíduos para reciclagem, atualmente “muito reduzidos”, admitiu.
Questionado sobre o orçamento global da Queima das Fitas 2019, o secretário-geral não o divulgou, argumentando apenas que será “bastante idêntico” ao de 2018, cujos montantes também não foram revelados.
Leandro Marques indicou apenas que o orçamento foi apresentado na semana passada ao Conselho Geral, órgão fiscalizador da Queima das Fitas, e deverá ainda ser sujeito “a um retificativo”, assim que a organização possuir “dados mais concisos” de fornecedores e prestadores de serviços.
“Mas a ideia será baixar [o orçamento]”, frisou.
Veja o vídeo do Directo NDC:A sessão contou com a atuação do Grupo de Fados e Guitarras da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra.
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