Mundo

Queda de avião na Índia: Erro no sistema de combustível pode ter provocado a morte a 241 pessoas

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 horas atrás em 10-07-2025

Imagem: X

Um relatório preliminar sobre o trágico acidente com um avião da Air India, ocorrido em junho, deverá ser publicado nos próximos dias, segundo revelaram três fontes próximas do processo à agência Reuters.

De acordo com as mesmas fontes, a investigação concentrou-se no movimento dos interruptores de controlo de combustível do avião. O Boeing 787 Dreamliner, que fazia a rota entre Ahmedabad e Londres, perdeu altitude logo após atingir os 650 pés de altura, vindo a despenhar-se momentos após a descolagem.

O acidente provocou a morte de 241 das 242 pessoas a bordo, bem como de pelo menos 29 pessoas em terra, tornando-se um dos desastres aéreos mais mortíferos da história recente da aviação civil.

PUBLICIDADE

Segundo a Reuters, a análise às caixas-pretas e a uma simulação dos últimos momentos do voo realizada pela Boeing levou os investigadores a centrar atenções nos interruptores de controlo de combustível, que alimentam os dois motores do avião.

Apesar do foco nos sistemas de combustível, não foram identificadas falhas mecânicas imediatas, e até ao momento não foram emitidas recomendações de alteração às operações do modelo 787 Dreamliner.

O especialista em segurança da aviação dos EUA, John Cox, afirmou que não é possível acionar acidentalmente os referidos interruptores: “Não se pode simplesmente esbarrar neles e esperar que se movam”, garantiu, acrescentando que a sua desativação teria um efeito quase imediato, cortando o impulso do motor.

Fontes ligadas à investigação disseram ainda à publicação Air Current que, embora os dados disponíveis não apontem inequivocamente para erro humano, não se pode excluir uma ação imprópria, acidental ou intencional por parte da tripulação.

O processo de investigação tem sido criticado pela falta de transparência e pela demora na obtenção dos dados das caixas-pretas, que só foram extraídos duas semanas após o acidente. Desde o desastre, o governo indiano realizou apenas uma conferência de imprensa, onde não foram aceites perguntas.

Face à pressão internacional, a Índia reverteu a decisão inicial de impedir a participação de um especialista da ONU, permitindo agora que um técnico da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) acompanhe o caso na qualidade de observador.

Este acidente ocorre num momento delicado para a Air India, numa altura em que o Grupo Tata tenta restaurar a imagem da companhia e renovar a sua frota, após assumir o controlo da transportadora estatal em 2022.

A ambição do governo indiano em transformar o país num hub global de aviação, nos moldes do que acontece no Dubai, poderá agora enfrentar obstáculos adicionais. Um painel parlamentar indiano está já a analisar as condições de segurança da aviação civil no país, tendo convocado representantes do setor para prestar esclarecimentos esta quarta-feira.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE