São assaltos rápidos, de ocasião, que causam insegurança e prejudicam o negócio de quem resiste na Baixa de Coimbra. Entre quinta-feira e sábado, pelo menos quatro estabelecimentos foram assaltados, na Rua da Sofia, classificada como Património Mundial da Unesco. Num dos casos, a funcionária apanhou o ladrão dentro da loja e conseguiu que lhe devolvesse parte do dinheiro.
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Eram 17:30 de quinta-feira, quando um homem, na casa dos 20 anos, entrou numa loja em plena Rua da Sofia e foi direto à caixa registadora. No interior, estava uma funcionária e uma cliente. Quando se apercebeu do que estava acontecer, a lojista tentou travar o assalto. “Perguntei: quem é que está aí?”, conta ao Notícias de Coimbra não querendo ser identificada. O ladrão tentou escapar, mas acabou “encurralado”.
“Estava eu, uma cliente e ele dentro da loja com o dinheiro que tinha tirado. Consegui que devolvesse uma parte, mas não consegui chamar a Polícia a tempo”, descreve a comerciante, dizendo que temeu que a cliente também fosse alvo de furto e acabou por deixar o ladrão sair. “Ele começou a dizer que era para a droga e eu disse para se ir embora”, conta. O homem tirou 130 euros da registadora, a funcionária conseguiu recuperar 80. “Em caixa destas é muito complicado. Ficámos sem o lucro do dia”, lamenta.
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A PSP foi chamada ao local. “Vieram depressa e pelo que percebi já conheciam o rapaz”, disse ao NDC a lesada. “O que mais me chocou foi que, no dia seguinte, ele passou-me aqui à porta da loja como se nada fosse”, acrescentou.
Também na quinta-feira, mas durante a manhã, com o mesmo modus operandi, foi assaltada uma loja a meio da Rua da Sofia. E, entre sexta e sábado de manhã, mais um estabelecimento e uma pastelaria. Neste último caso, só a falta do dinheiro na caixa ao final do dia denunciou o furto. O espaço tem câmaras de videovigilância cujas imagens estão a ser usadas na investigação, mas ninguém quer falar no assunto.
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“Todos os dias estamos aqui, temos de fazer o percurso para os nossos carros ao final do dia e se apanhamos estas pessoas é complicado, temos medo”, afirmou uma das comerciantes visadas, esclarecendo que gosta muito de trabalhar na Baixa e da “dinâmica que o centro da cidade tem”.
Nos quatro casos, que se juntam a dezenas de outros que têm vindo a público na zona da Baixa, os assaltos foram rápidos e com o único objetivo de conseguir dinheiro vivo.
O Notícias de Coimbra sabe que o presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva, e o comandante da Polícia de Segurança Pública, Rui Coelho Moura, reuniram no passado dia 20 de janeiro sobre a segurança na Baixa. Questionado sobre o encontro, o autarca disse apenas que “o Plano Marshall para a Baixa está em curso”, numa referência ao Programa de Recuperação Europeia que foi o principal plano dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.
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