A Academia Portuguesa de Cinema candidatou filmes de Margarida Cardoso, Rodrigo Areias, Miguel Gomes e Rui Pedro Sousa a uma nomeação para o prémio de Melhor Filme Ibero-Americano em Venezuela, Colômbia, Argentina e Chile.
Em comunicado, a Academia Portuguesa de Cinema revelou hoje que submeteu o filme “O pior homem de Londres”, de Rodrigo Areias, aos prémios Soto, atribuídos pela Academia de Cinema da Venezuela e cuja cerimónia está marcada para 12 de agosto.
“O pior homem de Londres” é um filme de época ambientado no século XIX, que “explora os meandros da diplomacia e do colonialismo”, protagonizado por Albano Jerónimo.
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A longa-metragem obteve em abril passado quatro prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, para Melhor Guarda-Roupa (Susana Abreu), Direção de Arte (Ricardo Preto), Maquilhagem e Cabelos (Bárbara Brandão e Natália Bogalho) e para Melhor Ator Principal (Albano Jerónimo).
O filme “Banzo”, de Margarida Cardoso, foi selecionado para concorrer aos Prémios Macondo, da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Colômbia, agendados para 02 de novembro.
“Banzo” é uma ficção passada no começo do século XX algures numa ilha tropical africana, e retrata a relação violenta entre colonos portugueses e negros em trabalho escravo.
No filme, Carloto Cotta interpreta um médico da metrópole, enviado para a ilha, para curar um grupo de escravos negros, embarcados à força para plantações e que estão a morrer por causa de uma profunda tristeza.
O filme “Grand Tour”, de Miguel Gomes, é candidato a uma nomeação nos Prémios SUR, atribuídos pela Academia de Cinema da Argentina, cuja data de atribuição não foi ainda anunciada.
Miguel Gomes venceu o prémio de melhor realização em 2024 no Festival de Cannes (França), com este filme que concentra em si a história de uma grande viagem pelo Oriente e com duas personagens inspiradas num livro do escritor Somerset Maugham.
Gonçalo Waddington interpreta Edward, um funcionário público do império britânico que, em 1918, embarca numa viagem solitária pela Ásia, depois de ter fugido da noiva, Molly, no dia em que ela chega para o casamento. Molly (a atriz Crista Alfaiate), persistente, segue o rasto do noivo em fuga através deste périplo asiático.
O filme foi o candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares (EUA) e para os Goya (Espanha) e foi distinguido com os Sophia de Melhor Filme, Realização e Montagem.
Para os Prémios Lihuén, atribuídos pela Academia de Cinema do Chile, Portugal candidata o filme “Revolução (sem) sangue”, de Rui Pedro Sousa, inspirado em factos reais. Não há ainda data de anúncio da cerimónia.
O filme cruza as histórias de quem morreu nos acontecimentos de 25 de Abril de 1974, no âmbito do ataque da polícia política da ditadura do Estado Novo, a PIDE, a manifestantes.
As pessoas retratadas são Fernando Giesteira, João Arruda, Fernando Reis e José Barneto, que tinham entre 18 e 38 anos e morreram alvejados pela PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, sede daquela polícia política.
A eles junta-se ainda António Lage, funcionário da PIDE/DGS, que foi baleado por um militar.
Para a Academia, estas quatro escolhas distintas para prémios ibero-americanos “confirmam a vitalidade do cinema português contemporâneo e o seu impacto crescente no espaço ibero-americano”.
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