Coimbra

Quantas vacinas da gripe ainda há em Coimbra? PSD e Freguesia da cidade questionam ministra da Saúde

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 06-11-2020

Há falta de vacinas da gripe em Coimbra denunciou o PSD na Assembleia da República, acusando o ministério da Saúde de não repor o stock antes do mês de dezembro. Também o presidente da União de Freguesias de Coimbra enviou uma carta aberta a à tutela da saúde dando conta da “necessidade urgente de continuar a vacinar a população de risco” e manifestou preocupação porque “até ao momento foram vacinados apenas cerca de 20% dos cidadãos inscritos para a toma da vacina” – afirma. A ministra afirmou que ainda serão entregues em Novembro mais 200 mil doses em todo o país, não referindo especificamente Coimbra, círculo pelo qual foi eleita pelo PS.

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O presidente da União de Freguesias de Coimbra assume na Carta Aberta a Marta Temido um tom rogatório sobre a vacinação contra a gripe, cuja administração “foi interrompida devido à falta de vacinas” o que me considera “inadmissível  dado o número alarmante e crescente de mortes e infeções por Covid-19 que, como a Sra. Ministra, melhor do qualquer um de nós, sabe, afeta principalmente doentes crónicos e indivíduos com mais de 65 anos. Não há vacinas na Farmácia da Administração Regional de Saúde do Centro, não há hoje e não haverá tão cedo” – conclui o autarca.

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João Francisco Campos diz-se “bastante preocupado” e sublinha que “até ao momento foram vacinados apenas cerca de 20% dos cidadãos inscritos para a toma da vacina. Há milhares de pessoas por vacinar. Há milhares de pessoas, só nas 4 freguesias, com a toma da vacina agendada” que está agora suspensa.

A União de Freguesias de Coimbra e a Unidade de Saúde Familiar do Centro de Saúde da Fernão Magalhães, com o apoio do Sport Clube Conimbricense, dinamizaram uma campanha de vacinação contra a gripe, de acordo com as normas de segurança impostas pela DGS, que tem como objetivo vacinar 18 mil utentes de risco, entre doentes crónicos e indivíduos com mais de 65 anos, à qual a população aderiu em massa.

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Paulo Leitão, deputado social democrata por Coimbra, questionou diretamente a ministra da Saúde, também eleita por este círculo, sobre “a falta de vacinas da gripe em Coimbra em vários centros de saúde da cidade, durante a Comissão de Orçamento e Finanças e Comissão de Saúde, Audição da Ministra da Saúde, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado, que durou cerca de seis horas.

“A informação dada aos Centros de Saúde – interpolou Paulo Leitão –  é que só estarão disponíveis mais vacinas no início de Dezembro”. Questionou na comissão parlamentar “se é verdade”, ao que Marta Temido respondeu com dados nacionais.

A ministra da Saúde, eleita por Coimbra para a AR, disse não saber “concretamente de vacinas em Coimbra” e apontou os números nacionais, repetindo que “foram entregues 1.800 mil doses, estando um milhão já distribuído ou administrado” e terminou realçando que ainda durante o mês de novembro ainda serão entregues 200 mil doses, em todo o país. Contactado pelo NdC, o ministério remete para a ARS Centro a informação regional.

A ARS Centro disse ao Notícias de Coimbra que já foram administradas “no  Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Mondego a taxa de cobertura da vacinação por 1000 inscritos é de 105,6 (o ACeS Baixo Mondego, abrange uma população residente de 352 592 habitantes de dez concelhos) e salienta que “a vacinação tem estado a decorrer sem problemas, mediante organização prévia dos centros de saúde, tendo sido criados espaços alternativos, em colaboração com as autarquias, possibilitando assim maior acessibilidade aos utentes.”

A ARS não disponibiliza os dados das vacinas por Centro de Saúde nem por concelho, sendo que a área geográfica do ACES Baixo Mondego abrange os concelhos de Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua, Penacova, Soure. Integra os Centros de Saúde de Cantanhede, Celas, Eiras, Fernão de Magalhães, Norton de Matos, Santa Clara, São Martinho, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua, Penacova e Soure.

A ARS Centro apela às pessoas que “não estejam preocupadas porque o importante é serem vacinadas até ao final de Dezembro” e recorda que “não é por as pessoas não estarem vacinadas que vão apanhar gripe”, uma vez que está a ser criada a imunidade de grupo para esta doença sazonal.

Na região Centro, desde o início da época da vacinação até ao momento, foram administradas 176.293 vacinas contra a gripe sazonal nos centros de saúde, incluindo lares e profissionais de saúde do SNS. Na semana 43 (entre 19 e 25 de outubro) foi administrado o maior número de vacinas (67 446), representando 38,3% do total. Os utentes com 65 e mais anos são os mais vacinados, com 145 035 vacinas administradas nos centros de saúde.

A Administração Regional de Saúde do Centro, que foca a sua informação no total dos seis distritos, informa ainda que em 2019 adquiriu um total de 236.200 vacinas e para este ano 328.472, das quais 41.799 se destinaram às farmácias comunitárias, mediante protocolo nacional, estando neste momento a ARSC a aguardar a entrega de mais 44.667 vacinas na primeira semana de dezembro para prosseguir o calendário normal de vacinação contra a gripe que se estende até final do ano, sublinhando-se que para se obter imunidade de grupo os cidadãos deverão ser vacinados até final de dezembro.

O Município de Coimbra não tem acordo com as farmácias para a administração das vacinas,  segundo revelou Manuel Machado na última sessão do executivo, a 25 de Outubro, apelidando de “negociata” esta estratégia entre municípios e as farmácias denominada Vacinação SNS Local”. Esta posição foi criticada na mesma sessão pelo vereador do PSD e também pelo vereador independente do movimento Somos Soimbra, o médico José Manuel Silva. (recorde o vídeo do Notícias de Coimbra).

A ARS Centro apela às pessoas que “não estejam preocupadas porque o importante é serem vacinadas até ao final de Dezembro” e recorda que “não é por as pessoas não estarem vacinadas que vão apanhar gripe”, uma vez que está a ser criada a imunidade de grupo.

Veja o video com as perguntas do deputado e a resposta da ministra da saúde.

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