Coimbra

Pureza evoca João Semedo para combate pela democracia em “tempo de sombras”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 02-03-2024

O ex-deputado do BE José Manuel Pureza evocou esta noite a força do antigo líder bloquista João Semedo para o atual “combate pela democracia” num “tempo de sombras” e em que considerou avistar-se o abismo democrático.

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José Manuel Pureza aproveitou a coincidência de o local do comício desta noite, o Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra, ser o mesmo em que João Semedo, na campanha de Marisa Matias às presidenciais de 2016, fez um discurso de surpresa, já sem cordas vocais, depois de um cancro na laringe, para recordar esse episódio.

Pureza evocou esse momento em que o antigo líder do BE – que acabou por morrer em 2018 – foi “ao fundo de si mesmo buscar força” para pedir a mesma coragem para aquilo que se disputa nestas eleições.

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“Neste tempo de sombras em que a democracia avista tão próxima de si o abismo, temos de ir ao fundo de nós mesmos buscar as forças necessárias para o combate, resistindo, mas, mais do que isso, trazendo esperança”, pediu.

O combate, de acordo com o antigo vice-presidente do parlamento, não é somente “contra a boçalidade com que a extrema-direita disfarça o seu servilismo para com os donos do dinheiro”.

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“É o combate pela democracia toda, aquela que é política, mas que para o ser é também económica e social e cultural”, apelou.

Elencando depois a luta pela habitação, contra o desastre climático, pela igualdade de género, pela “inclusão a sério dos imigrantes” ou pela saúde, entre outras bandeiras do BE, Pureza recorreu ao lema de Mariana Mortágua de “uma vida boa para quem tem estado condenado todos estes anos a ter uma vida feita de sofrimento, de aflição e de remedeio”.

“Nesta campanha eleitoral tem-se falado muito de contas certas. E sim, as vidas castigadas não exigem menos do que a conta certa de um salário ou de uma pensão para pagar a renda de casa”, defendeu.

Também sobre a governabilidade que tem marcado este período eleitoral, o antigo deputado bloquista considerou que “as vidas castigadas não exigem menos que a certeza de professores para os filhos e de um médico de família para que o seu dia-a-dia possa realmente ser governado”.

“Será a nossa força, a força do Bloco de Esquerda na noite do dia 10 de março, que fará com que propostas que alguns teimam em dizer impossíveis, se tornem solução concreta para as vidas sofridas à nossa volta”, prometeu, recordando alguns dos “impossíveis” antes da geringonça que o BE “tornou possível”.

Sobre o muito que se falado sobre quem está preparado para ser primeiro-ministro, Pureza terminou o seu discurso com a certeza que o seu sucessor como cabeça de lista do BE por Coimbra, Miguel Cardina, “está totalmente preparado para este combate por uma vida decente e boa para quem tem tido uma vida má e aflita”.

“Miguel, deixo te um pedido. Quando estiveres lá no parlamento e das bancadas da direita te disserem ‘posso interrompe-lo?’, responde ‘não, não pode’ e assim representa-nos a todos”, disse, numa referência ao debate entre Mortágua e Montenegro.

Este objetivo de voltar a eleger o deputado por Coimbra perdido nas eleições de 2022 foi também traçado pela líder do BE no seu discurso.

“O voto no Bloco é para construir futuro. Esse futuro começa a 10 de março e terá Coimbra uma voz de esquerda no parlamento e essa voz é o Miguel Cardina”, disse Mortágua.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

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