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Psicólogos dizem que confinamento compulsivo não muda hábitos da maioria já em isolamento

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 18-03-2020

 O bastonário da Ordem dos Psicólogos disse hoje à Lusa que uma possível aplicação do confinamento compulsivo não altera significativamente aquilo que já está a acontecer, mas admite que prolongar o isolamento possa constituir uma dificuldade para os mais vulneráveis.

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“Na maioria das situações, quase toda a gente tem aderido à necessidade de ficar em isolamento” disse Francisco Rodrigues, considerando que o confinamento compulsivo previsto na proposta de decreto do Estado de Emergência avançada pelo Presidente da República, como medida de combate à pandemia de Covid-19, se vai aplicar sobretudo a casos excecionais.  

No entanto, o bastonário não afastou a possibilidade de algumas pessoas que até agora se estão a adaptar com facilidade à quarentena possam vir a sentir maiores dificuldades com o prolongar do período de isolamento.

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“O prolongar no tempo pode, para algumas pessoas, significar uma maior dificuldade em gerir as emoções que vão sentindo, em gerir aquilo que pode ser alguma raiva natural”, explicou, sublinhando que o aumento da ansiedade e do ‘stress’ é normal nestas circunstâncias.

Segundo o bastonário da Ordem dos Psicólogos, está a ser preparado um serviço da linha SNS24 para dar apoio psicológico nestes casos, para permitir que as pessoas que se sintam mais vulneráveis procurem aconselhamento e orientação para “lidar e controlar melhor a situação”.

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Ainda assim, Francisco Rodrigues sublinhou que todas as pessoas têm competências para se adaptarem a estas situações e considerou que a maioria consegue continuar a utilizar essas competências com o prolongar do tempo, sem sentir o seu bem-estar particularmente afetado.

O bastonário aproveitou também para elogiar a adesão das pessoas até agora ao isolamento voluntário, sublinhando que “quando a adesão é voluntária, a vinculação é mais forte e a adaptação é mais fácil”.

Naqueles que considera virem a ser “casos raros”, de pessoas que continuam a seguir a sua rotina habitual e que poderão ser obrigadas a ficar em casa, nos termos do estado de emergência, Francisco Rodrigues admite que o acompanhamento na adaptação terá de ser maior, por se tratar de um confinamento compulsivo, e não voluntário.

A Assembleia da República aprovou hoje a declaração de estado de emergência em Portugal proposta pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para tentar reduzir a propagação da Covid-19.

O projeto de decreto prevê que o estado de emergência vigore por 15 dias, como previsto na lei, e contempla a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo em casa ou em estabelecimento hospitalar e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada, nomeadamente por razões profissionais, de saúde, assistência a terceiros ou abastecimento de bens e serviços.

O documento estipula que caberá ao Governo “especificar as situações e finalidades em que a liberdade de circulação individual, preferencialmente desacompanhada, se mantém”.

Em Portugal, que está desde sexta-feira em estado de alerta, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

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