Economia

PSD quer ouvir Mário Centeno, banca e DECO sobre subida dos créditos à habitação

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 26-09-2022

O PSD pediu a audição parlamentar do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, do presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, e do secretário-geral da DECO sobre a subida das prestações no crédito à habitação.

PUBLICIDADE

Num requerimento, hoje divulgado, e dirigido ao presidente da Comissão de Economia, os sociais-democratas referem que a subida das taxas de juro pelos bancos centrais norte-americano e europeu para contrariar a inflação “vieram traçar um panorama preocupante, entre outros, para o mercado da habitação”.

O PSD calcula que “1,33 milhões de famílias, ou seja, 3,3 milhões de portugueses” estejam sujeitos ao aumento expressivo das suas prestações de crédito à habitação.

PUBLICIDADE

“É, pois, no regime do crédito à habitação que está a maioria das famílias, e onde o aumento dos encargos se afigura muito elevado, constatando-se que ainda não foram tomadas, nem sequer anunciadas, medidas para fazer face à escalada das taxas de juro a que já se assiste e cuja continuidade se prenuncia”, criticam.

Os sociais-democratas citam simulações divulgadas pela comunicação social para alertar que as prestações mensais do crédito à habitação entre janeiro deste ano e julho do próximo podem aumentar até 59%.

PUBLICIDADE

publicidade

“Para um empréstimo por 30 anos de 150 mil euros, um acréscimo de 261 euros por mês, chegando aos 436 euros mensais num crédito de 250 mil euros”, acrescentam.

O PSD aponta que, “fruto de políticas de habitação pouco assertivas e eficazes, acompanhadas de reiteradas entorses no mercado do arrendamento”, o acesso à habitação em Portugal “continua largamente dependente da aquisição de habitação própria com recurso ao crédito bancário, e por isso demasiado exposto à escalada das taxas de juro em curso”.

“Os preços das casas em Portugal aumentaram 65% enquanto as rendas subiram 25% entre 2010 e 2021 e acima dos valores médios da União Europeia segundo os dados do Eurostat, o que fez aumentar expressivamente o valor médio dos empréstimos”, referem.

Por estas razões, o grupo parlamentar do PSD requer a audição “com caráter de urgência” do ex-ministro das Finanças Mário Centeno, na qualidade de governador do banco central, Vítor Bento, presidente da APB, e do secretário-geral da Associação de Defesa do Consumidor (DECO).

As taxas Euribor continuaram hoje a subir a três e a 12 meses para novos máximos em mais de 10 anos e mantiveram-se a seis meses.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 08 de setembro, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o segundo aumento consecutivo deste ano, já que em 21 de julho, tinha subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, com o objetivo de travar a inflação.

No final da última reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que o aumento histórico de 75 pontos base nas taxas de juros não é a “norma”, mas salientou que a avaliação será reunião a reunião.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE