A concelhia do PS de Cantanhede anunciou hoje que reclamou à Direção Geral de Energia e Geologia o indeferimento da autorização de duas explorações de caulino no concelho, assinalando questões ambientais, entre outras.
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Na exposição enviada àquela entidade, os socialistas sustentam a necessidade de salvaguardar a qualidade da água “proveniente da nascente natural dos Olhos da Fervença”, que abastece o município da Cantanhede e localidades de concelhos limítrofes.
Alegam ainda que a exploração de caulino, numa área que excede os 2.300 hectares, “terá um impacte negativo bastante significativo” nas freguesias abrangidas, “como facilmente se comprova noutras explorações a céu aberto existentes no concelho e no país”.
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Segundo o PS, impactes resultantes de escavações, remoção de solos, ruído, inalação de poeiras, vibrações, circulação de veículos e resíduos gerados “conduzirão a fenómenos de poluição atmosférica, contaminação química da água e solos, alterações da paisagem com a destruição do coberto vegetal e alterações da ecologia das zonas afetadas”.
No documento, a que a agência Lusa teve acesso, o PS de Cantanhede defende “ser necessário e obrigatório por lei a realização de um independente e credível estudo de impacte ambiental”.
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Exige ainda um estudo geológico “credível” em toda a zona de exploração e envolvente.
Frisa, a propósito desses estudos, que “não existem garantias de que a destruição dos afloramentos calcários e cavidades subterrâneas não afetam os reservatórios subterrâneos de água doce”.
Por outro lado, o PS defende a inviabilização das concessões, sustentando que os terrenos se encontram em zona de Reserva Ecológica Nacional (REN).
Pretende ainda ser esclarecido sobre o tempo exploração, a profundidade a que será efetuada e a assunção de responsabilidades no final dos contratos.
Conclui a exposição defendendo “o indeferimento aos alegados requerimentos da empresa interessada e qualquer concessão de exploração em apreço”.
O PS de Cantanhede divulgou ainda uma petição pública, disponível na Internet e dirigida à presidente da Assembleia da República, intitulada “Sem caulinos eu vivo, sem água não”.
A petição, que é acompanhada por otografias de explorações de caulino, contava, ao início da tarde de hoje, com 327 assinaturas e defende, igualmente, a inviabilização da exploração, explicando que a autarquia de Cantanhede, a 07 de janeiro, decidiu, por unanimidade, dar parecer negativo ao pedido da empresa concessionária.
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