O PS criticou hoje a opacidade no contrato adjudicado pela Câmara de Coimbra para captar investimento estrangeiro para a cidade, que foi celebrado em junho de 2022, mas que três anos depois não se conhecem resultados.
Em junho, a agência Lusa deu nota de que o contrato celebrado entre a Câmara de Coimbra e a empresária israelo-americana Nirit Harel, pelo valor de 67.500 euros e com um prazo de execução de seis meses, apenas foi dado como concluído em janeiro de 2025, com o município e empresária a não esclarecerem, na altura, quais os resultados do serviço prestado.
Na reunião de hoje do executivo, liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/NC/PPM/Aliança/RIR/Volt), o vereador do PS Rui Alírio criticou o facto de não terem sido “apresentados publicamente resultados concretos do trabalho desenvolvido”, considerando que não há “respostas claras” sobre o serviço prestado.
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“Esta ausência de informação coloca séria preocupações, sobretudo quando estão em causa fundos públicos e um objetivo estratégico tão crítico como a atração de investimento e empresas para Coimbra”, notou.
O vereador socialista criticou também o município por não esclarecer a sua relação com a iniciativa CoimbraTech Challenge, que deveria ter decorrido em junho, mas que foi adiada sem explicação, e recordou que a marca “Baixinova”, supostamente associada a esse evento, foi registada por Nirit Harel (registo que é contestado pelo município).
“Acresce que, na sua comunicação pública, a referida empresária continua a autointitular-se conselheira da Câmara Municipal para o desenvolvimento internacional, apesar de não existir atualmente, ao que se saiba, qualquer vínculo contratual em vigor”, constatou, considerando que Coimbra “não se pode dar ao luxo de perder tempo com iniciativas opacas e sem resultados”.
Em resposta, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, alegou que o contrato de promoção internacional – que foi dado como concluído pela própria autarquia em janeiro – “está a decorrer” e que irá ter como resultado o CoimbraTech Challenge, “um concurso internacional para ‘startups’ internacionais” que tenham intenção de se instalar no concelho.
“Já esteve marcado, mas teve de ser adiado por força da instabilidade internacional”, disse, afirmando que o município está a fazer “o que nunca foi feito”.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Coimbra não esclareceu, face às perguntas apresentadas por Rui Alírio, qual a relação contratual ou institucional hoje do município com Nirit Harel e qual a posição da Câmara sobre a marca “Baixinova”.
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