A clarinetista portuguesa Virgínia Figueiredo, em parceria com duas professoras de dança e percussão da Universidade do Texas A&M, vão levar o Projeto Inter-Artes ao Conservatório de Música de Coimbra, de 24 de julho a 03 de agosto.
O programa de dez dias está aberto a maiores de 14 anos, é inédito e surgiu de uma ideia que a artista e professora radicada nos Estados Unidos queria concretizar.
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“Já há bastante tempo que eu queria desenvolver um projeto deste tipo, a colaboração entre uma instituição portuguesa e uma instituição americana”, disse à Lusa Virginia Figueiredo, que também dá aulas na Texas A&M.
“Um dos pilares da Universidade é precisamente tentar desenvolver o máximo possível projetos de inter-artes, em que há colaboração entre, por exemplo, música, dança, filme, teatro, artes visuais e até inteligência artificial”, explicou.
Virginia Figueiredo e a professora de percussão Lynn Vartan vão trabalhar com os alunos de música para desenvolver peças de música de câmara, enquanto a professora de dança Diane Cahill vai criar a coreografia e trabalhar com os alunos de dança para dançarem essas obras.
Ao cabo dos dez dias de programa, que inclui violino, contrabaixo, clarinete, percussão, flauta transversal, violoncelo, piano e viola d’arco, haverá um concerto que servirá de apresentação final do projeto.
Apresentar música de câmara e dança ao mesmo tempo no palco “é uma coisa bastante nova”, indicou a portuguesa. “É o futuro das artes, tentar encontrar essa intersecção do que podemos fazer em termos de colaboração entre as artes para criar projetos que são únicos e inovadores”.
A Texas A&M está a financiar este projeto e os alunos que quiserem inscrever-se ainda têm alguns lugares disponíveis em música, estando preenchidas as vagas em dança.
“Temos esperança que o projeto corra muito bem e que no futuro possamos não só colaborar com os alunos de Portugal mas também trazer os alunos dos Estados Unidos e talvez criar colaborações com outras ramificações de arte, em vez de só a dança, [avançando para ] artes visuais e talvez teatro”, adiantou a clarinetista.
Figueiredo indicou mesmo que pode ser criado um festival internacional a repetir anualmente, e que a ideia pode passar por mais parcerias, com universidades, escolas superiores ou conservatórios que também tenham interesse.
“Neste momento estamos mais preocupadas em produzir algo que é verdadeiramente único, que é uma coisa que provavelmente os alunos não têm oportunidade de experimentar em nenhum outro festival”, salientou.
“Esta colaboração inter-artes é uma coisa que normalmente não existe noutros sítios. Estamos interessadas em criar algo único, com uma grande qualidade e a partir daí deixar então o projeto crescer”.
Baseada em Los Angeles, Virginia Figueiredo é conhecida pelo seu trabalho com a The Pacific Opera Project e outras orquestras. Tem três álbuns editados e dá aulas em várias universidades e faculdades norte-americanas.
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