Região

Projeto em Coimbra procura ajudar autoridades nas evacuações em caso de incêndio

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 15-03-2023

O projeto “Evacuarfloresta”, da Universidade de Coimbra, realizou hoje, na Cerdeira, Lousã, distrito de Coimbra, um simulacro para testar o seu sistema de apoio à tomada de decisão das autoridades nas evacuações motivada por incêndios.

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O projeto, que começou a ser desenvolvido em 2021, procura desenvolver um sistema de apoio à tomada de decisão das autoridades, quando estas precisam de tomar uma decisão sobre evacuar ou não aldeias em risco, inseridas num ambiente florestal, tentando minimizar problemas que possam surgir nesses contextos.

Voluntários, membros dos Bombeiros Municipais da Lousã e da GNR, elementos da Câmara Municipal e da União de Freguesias da Lousã e Vilarinho concentram-se hoje de manhã, no centro da vila, para ouvir o ‘briefing’ em torno do simulacro, antes de se partir para a Cerdeira, aldeia de xisto a cerca de 20 minutos da sede do concelho.

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Andreia Rodrigues, do projeto científico, explicava que o cenário do dia envolvia um incêndio que daria um espaço de duas horas para evacuar a Cerdeira, aldeia predominantemente turística e com apenas um acesso estreito à via principal, a estrada nacional 236 (N236).

As pessoas seriam retiradas em direção ao Talasnal, visto que a N236 ficaria condicionada pelo fogo, neste cenário.

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“O habitante comum não quer sair. O turista vai fazer aquilo que queremos sempre evitar, que é a auto-evacuação, desordenada que, neste percurso, poderia ser problemática”, notou.

Já na Cerdeira, os voluntários distribuíram-se por várias das casas de turismo rural, com a equipa a coordenar-se com a GNR para contar o tempo gasto na evacuação.

“Tudo a sair”, avisa alguém no centro da aldeia, com os voluntários a deslocar-se para o largo da Cerdeira, encaminhados por uma das oficiais de segurança da Cerdeira, que procurava garantir que todos os turistas estavam a ser retirados (a localidade está incluída no programa Aldeias Seguras).

Já no largo, um militar da GNR diz às pessoas para prepararem os seus veículos, que a evacuação começará a ser feita.

“As coisas correram bem e os dados foram validados. Há alguns pontos que terão de ser melhorados, mas diria que ficou perfeitamente dentro do tempo que seria expectável”, contou à agência Lusa a coordenadora do estudo, Albina Santiago.

De acordo com a também docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, o projeto pretende desenvolver “um sistema de apoio às entidades competentes para prestarem apoio às comunidades rurais em casos de evacuação”.

Envolvendo aldeias na Sertã (distrito de Castelo Branco) e Lousã de diferentes tipologias, o estudo procura “criar diretrizes para as autoridades decidirem como fazer a evacuação”.

Utilizando modelos de cálculo avançado, o sistema permite determinar tempos de evacuação, quais os acessos disponíveis ou não face ao desenvolvimento de um incêndio e para onde a evacuação deve ser feita.

“Em 2022, assistimos a muitas evacuações, que são ordenadas pelo comandante no terreno, mas dependem muito da sensibilidade de quem comanda. Pode haver casos de evacuação precoce ou tardia”, notou, realçando que o sistema procura que essa decisão possa ser feita com base em informação e conhecimento.

Segundo Albina Santiago, é fundamental também envolver as comunidades na altura de recolher informação e conhecimento sobre cada localidade para preparar melhor as evacuações.

O simulacro de hoje serviu para validar os tempos determinados pelo programa, que esperam, no futuro, estar disponível para as autoridades competentes.

O projeto é coordenado pela Universidade de Coimbra e tem como parceiros a Escola Nacional de Bombeiros e o Centro de Inovação e Competências da Floresta.

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