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Projeto de reflorestação da Serra do Açor afetado em 100 hectares por fogo de agosto

O incêndio do Piódão, no concelho de Arganil, destruiu cerca de 100 hectares de novas plantações do projeto de reflorestação da Serra do Açor, dos 1.000 já intervencionados, disse à agência Lusa o presidente da Câmara.
Iniciado em 2020, o projeto pretende revitalizar uma área de 2.500 hectares (25 km2), constituída sobretudo por terrenos baldios percorridos pelo grande e devastador incêndio de 2017 e por fogos florestais anteriores.
“O projeto Floresta da Serra do Açor foi afetado em cerca de 100 hectares da área plantada, mas continua a representar a resiliência do nosso território e a esperança de um futuro mais verde”, salientou Luís Paulo Costa.
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Financiado em cinco milhões de euros pelo grupo Jerónimo Martins, envolve as Assembleias de Compartes do concelho, proprietários de terrenos baldios, o município de Arganil e a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).
“O projeto vai continuar e já decidimos que, na próxima época de plantação, vamos avançar com a rearborização da área afetada”, garantiu o presidente do município de Arganil, salientando que, do ponto de vista emocional, a situação “foi um abanão grande”.
Segundo o autarca, as estruturas da Jerónimo Martins e da ESAC visitaram as plantações logo após o incêndio, tendo ficado decidido avançar-se com a replantação da área afetada.
“Algumas espécies podem ainda regenerar naturalmente, graças às boas práticas de controlo da vegetação realizadas entre novembro e março. Continuaremos a trabalhar e a manter esta forma de intervenção e gestão, essencial para garantir a regeneração e a sustentabilidade da floresta”, frisou.
O projeto decorre numa perspetiva de longo prazo, num horizonte temporal de 40 anos.
A recuperação da floresta da Serra do Açor, que em agosto voltou a ser flagelada, está pensada de forma que sejam também criadas novas fontes de rendimento para as populações locais, enquanto a biodiversidade é preservada.
“Temos dedicado muito a este projeto e feito tudo de acordo com as boas práticas”, sublinhou Luís Paulo Costa, que aponta para um total de 1,4 milhões de árvores já plantadas até à data, no âmbito do projeto.
O incêndio do Piódão, no interior do distrito de Coimbra, que deflagrou no dia 13 de agosto, consumiu cerca de 11.800 hectares no concelho de Arganil, correspondendo a quase 40% da sua área total.
O fogo afetou também os concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Castelo Branco, Fundão e Covilhã (Castelo Branco).
Apresenta ainda a maior área ardida de sempre em Portugal, com 64 mil hectares consumidos, segundo o relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
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