Região

Projeto acompanhou 43 vítimas de violência doméstica em Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua durante 1 ano

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 14-04-2023

O projeto Beira Serra: “Sim à Igualdade. Não à Violência!” acompanhou 43 vítimas, em Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua, mas a rede de parceiros quer continuar o trabalho, pois ainda há “muito trabalho a fazer”.

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Promovido pela Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra (ADIBER), com sede em Góis, o projeto permitiu a criação de uma estrutura de apoio e encaminhamento de vítimas de violência doméstica na região da Beira Serra, que integra os concelhos de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua, no interior do distrito de Coimbra.

O GIAV – Gabinete de Apoio à Vítima da Beira da Serra, de novembro de 2021 a 31 de dezembro de 2022, acompanhou 43 vítimas e realizou 174 atendimentos (presenciais e não presenciais), 18 dos quais são utentes com filhos menores a cargo e/ou mantêm coabitação com a pessoa agressora.

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“Temos consciência de que estes números não espelham a realidade. Há mais vítimas de violência do que essas 43. Ainda não há, de facto, uma total abertura para as pessoas poderem denunciar os casos, denunciarem as circunstâncias em que estão, mas uma certeza existe – a importância deste gabinete veio já permitir ultrapassar em muito essa predisposição ou esse condicionamento”, disse hoje à agência Lusa, o presidente da direção da ADIBER, Miguel Ventura.

De acordo com o balanço realizado pelo GIAV da Beira Serra, as mulheres continuam a ser “o alvo principal de violência” e a média de idades das pessoas vítimas encontra-se entre os 26 e os 45 anos.

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O tipo de violência predominante é a violência psicológica, seguida da violência física, sendo os cônjuges ou os companheiros/as os principais perpetuadores de violência.

Miguel Ventura afirma que há um “aumento de confiança” das pessoas nesta equipa multidisciplinar, cuja grande virtude é a “proximidade ao terreno”.

O facto de ser um território rural, onde as pessoas se conhecem entre si, “condiciona” as vítimas.

Por isso, “temos consciência de que ainda há muito trabalho a fazer nesse aspeto”, sublinha o presidente da direção da ADIBER.

Considerando que o projeto termina no final de junho de 2023, a rede de parceiros, de forma unânime, numa reunião, na quarta-feira, de balanço do trabalho realizado, reforçou a necessidade da continuidade do GIAV na Região da Beira Serra, já que é uma “mais-valia para o combate ao flagelo da violência doméstica, num território marcado pelo isolamento geográfico e social”, em que o apoio e acompanhamento de proximidade e descentralizado às vítimas é “fulcral para o sucesso da intervenção”.

Relativamente ao trabalho com a comunidade, o GIAV da Beira Serra já realizou 105 ações de sensibilização, 12 ‘workshops’, um seminário e 75 inserções na imprensa local e regional e redes sociais, atingindo 35.600 pessoas.

O objetivo é “informar e sensibilizar”, aumentando o conhecimento das populações sobre a temática e “contribuindo para a redução do número de casos” de violência doméstica na sociedade.

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