Educação

Professores dos Conservatórios não gostam da música do Ministro da Educação

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 04-09-2013

Os diretores dos conservatórios insurgiram-se hoje, numa carta enviada ao ministro da Educação, contra o atraso na colocação de docentes na área da Música, uma situação que poderá dificultar o início do ano letivo nestes estabelecimentos.

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Manuel Rocha, diretor do Conservatório de Música de Coimbra, disse à agência Lusa que esta posição, comunicada ao ministro da Educação e Ciência (MEC), Nuno Crato, foi assumida numa reunião dos diretores das escolas públicas do denominado Ensino Artístico Especializado da Música, realizada hoje na cidade.

Estes responsáveis manifestaram a Nuno Crato “a sua apreensão pelo atraso na colocação de docentes contratados na área da Música, considerando que este atraso poderá gerar dificuldade em dar início ao ano letivo 2013/14 nos prazos estabelecidos” pelo MEC.

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“Mais de 50% dos docentes das escolas do Ensino Artístico Especializado da Música são contratados anualmente, embora constituam, nestas instituições, desde há muitos anos, necessidades permanentes”, afirmam no documento.

Manuel Rocha realçou que a seleção destes professores “exige alguns cuidados”, com o lançamento de “muitos dados” numa aplicação específica que ainda não foi disponibilizada às escolas, num momento em que “há cada vez mais gente, que procura emprego, apta a lecionar” nas escolas artísticas.

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A carta – a que a Lusa teve acesso – é subscrita pelos diretores dos conservatórios de música Calouste Gulbenkian, de Aveiro e Braga, além do Conservatório de Coimbra, Escola de Música do Conservatório Nacional, de Lisboa, Instituto Gregoriano de Lisboa, e Conservatório do Porto.

“O processo de seleção de professores para estas escolas é moroso, uma vez que obriga à realização de entrevista/audição a todos os candidatos”, referem.

Por este motivo, segundo os diretores, “a aplicação eletrónica da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) para contratação de escola tem sido disponibilizada, aos conservatórios, ainda durante o mês de agosto e a título excecional”, para permitir que os professores possam ser selecionados e colocados em 01 de setembro.

“Atendendo ao facto de no presente ano letivo, em 03 de setembro, ainda não ter sido dada a estas escolas a possibilidade de, sequer, dar início ao processo de seleção e recrutamento de docentes contratados”, os diretores dos conservatórios solicitaram ao ministro Nuno Crato “a disponibilização imediata da aplicação informática específica” para contratação destes docentes.

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) vai abordar este assunto na quarta-feira numa conferência a realizar, às 11:00, na Escola Artística António Arroio, em Lisboa, com a presença de professores e membros dos órgãos de gestão das escolas envolvidas.

Para a FENPROF, trata-se de “uma situação inadmissível” que irá ter “evidentes consequências na abertura do ano letivo” e configura ainda “um grave desrespeito” para com os professores dos conservatórios públicos.

A agência Lusa está tentar obter uma reação do Ministério da Educação e Ciência, o que não foi possível até este momento.

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