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Procissões da Lousã mais participadas devido à crise

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 02-05-2014

A participação nas festividades religiosas da Senhora da Piedade da Lousã, que começam no domingo, “tem aumentado muito” nos últimos anos, uma tendência que a organização associa aos problemas sociais da atual crise.

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“As procissões são cada vez maiores”, disse hoje à agência Lusa o juiz da mesa da Irmandade de Nossa Senhora da Piedade (INSP), Damião Martins.

Devido ao agravamento dos problemas sociais e económicos, relacionados com a crise, “as pessoas valem-se mais da religiosidade”, adiantou Damião Martins.

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“As procissões são agora mais compridas, o que nos levou até a aumentar o número de bandas filarmónicas”, referiu.

No domingo ao fim da tarde, a organização prevê que milhares de pessoas estejam na Lousã, à chegada da primeira das procissões em honra de Nossa Senhora da Piedade, que desce a serra, entre a ermida, junto ao castelo medieval, e a localidade, cabendo a alguns homens carregar o andor, que pesa 400 quilos.

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As três procissões principais realizam-se no domingo e a 25 de maio e 01 junho, correspondendo, respetivamente, à mudança da imagem da padroeira para a igreja matriz, ao desfile nas ruas da vila e ao regresso à capela votiva, num penhasco em plena Serra da Lousã.

Em cada uma das três procissões, a INSP reforçou a participação musical com mais uma banda, face à sua extensão, que “tem crescido sempre” nos últimos anos, adiantou o juiz da Irmandade.

Em finais do século XX, foi introduzida no programa também uma “procissão das velas”, que este ano acontecerá no dia 29 de maio.

A INSP, que está a comemorar 110 anos, teve estatutos aprovados em 1904, por esforços de José Augusto do Rego, um antigo operário papeleiro que se destacou na dinamização de várias coletividades locais.

Mas as honrarias populares à “excelsa protetora” da Lousã remontam pelo menos a 1624, quando o capitão Francisco Barbosa mandou fazer importantes obras no rochedo da ermida.

Este militar seria um cristão-novo que “alardeava zelo religioso para afugentar suspeitas de judaísmo”, de acordo com o intelectual Álvaro Viana de Lemos.

No livro “A Lousã e o seu concelho”, Viana de Lemos associa a realização das procissões, com regularidade a partir de 1901, à festa da Ascenção, ancestralmente ligada aos cultos da fertilidade pré-cristãos.

Além do programa religioso, as festas da Senhora da Piedade incluem a atuação de filarmónicas, outros espetáculos musicais e barracas de “comes e bebes”.

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