Saúde

Problemas de memória estão a aumentar em adultos com menos de 40 anos

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 20 minutos atrás em 05-11-2025

Um estudo recente sobre o estado mental dos americanos revela um crescimento preocupante na proporção de adultos que afirmam ter dificuldades de memória, concentração ou tomada de decisões, problemas conhecidos coletivamente como deficiência cognitiva.

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A pesquisa, liderada pelo neurologista Ka-Ho Wong, da Universidade de Utah, analisou dados de mais de 4,5 milhões de pessoas e descobriu que a faixa etária dos 18 aos 39 anos apresentou o maior aumento na última década. Entre 2013 e 2023, a proporção de adultos com dificuldades cognitivas graves subiu de 5,3% para 7,4%, enquanto nos adultos com menos de 40 anos a taxa quase dobrou, passando de 5,1% para 9,7%.

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Segundo Adam de Havenon, neurologista vascular da Universidade de Yale, “problemas de memória e raciocínio surgiram como uma das principais questões de saúde relatadas por adultos nos EUA”.

O estudo mostra que, embora a deficiência cognitiva tenha aumentado na maioria das faixas etárias, não se registou uma tendência de alta entre os idosos, com uma ligeira diminuição nos maiores de 70 anos, de 7,3% em 2013 para 6,6% em 2023.

Fatores sociais e estruturais, como nível de escolaridade e rendimento anual inferior a 35.000 dólares, parecem desempenhar um papel significativo, com aumentos mais acentuados entre grupos com desvantagens socioeconómicas. Adultos indígenas americanos e nativos do Alasca apresentaram as taxas mais elevadas, embora todas as etnias tenham registado crescimento.

Os investigadores apontam ainda para possíveis contribuições da maior abertura para falar sobre saúde mental, os efeitos persistentes da pandemia de coronavírus, a incerteza laboral entre os mais jovens e a crescente dependência de tecnologias digitais. Apesar de os dados terem sido auto-relatados por telefone, os números indicam claramente uma preocupação de saúde pública.

De Havenon alerta: “É necessário realizar mais pesquisas para entender o que está impulsionando o grande aumento nas taxas entre adultos mais jovens, considerando as potenciais implicações a longo prazo para a saúde, produtividade e sistemas de saúde.”

O estudo foi publicado na revista Neurology.

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