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Prisão preventiva para os três suspeitos de tráfico de pessoas detidos em Santarém

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 10-07-2020

Os três cidadãos estrangeiros suspeitos dos crimes de tráfico de pessoas e de auxílio à imigração ilegal detidos na quarta-feira durante uma operação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em Santarém, vão ficar presos preventivamente.

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Num comunicado divulgado hoje, o SEF afirma que foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva aos três detidos durante a operação realizada na madrugada e na manhã da passada quarta-feira, a qual visou o “desmantelamento de uma rede de tráfico de seres humanos e crimes conexos, com a introdução de trabalhadores estrangeiros, alguns em situação irregular, em explorações agrícolas no Ribatejo”.

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No decorrer da operação “Lezíria” foram identificados cerca de 140 trabalhadores estrangeiros, tendo cerca de 10 sido sinalizados como vítimas do crime de tráfico de pessoas, refere a nota.

“Estes cidadãos estavam, na sua maioria, sujeitos a condições degradantes de trabalho, alojamento e salubridade”, afirma o comunicado.

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Além das três detenções, os cerca de 120 agentes do SEF cumpriram 40 mandados de busca e apreensão, com a apreensão de vários meios informáticos, viaturas, diversa prova documental da prática dos crimes identificados e uma avultada quantia de dinheiro.

A operação foi dirigida pelo Ministério Público, tendo participado ainda elementos das Equipas Multidisciplinares Especializadas para Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos, que “garantiram o tratamento adequado das situações ali detetadas”.

Também num comunicado publicado na página da Procuradoria da Comarca de Santarém, o Ministério Público (MP) afirma que a operação ocorreu no âmbito de um inquérito em investigação há alguns anos na 2.ª secção de inquéritos do Departamento de Investigação e Ação Penal de Santarém, especializada em crime violento ou organizado.

Nesse período, “foram sendo reunidos meios de prova que indiciavam a existência de dezenas de cidadãos estrangeiros em situação ilegal, usados como mão-de-obra barata em explorações agrícolas em redor das localidades de Almeirim e Alpiarça”, afirma o MP.

“Tendo em conta a dispersão dos locais a pesquisar e o número de intervenientes em causa, a coordenação da comarca de Santarém criou uma equipa de trabalho constituída por três procuradores da República que requereram judicialmente a emissão de 21 mandados de busca e apreensão a residências e ordenaram a emissão de 17 mandados de busca e apreensão em viaturas automóveis”, acrescenta.

Segundo o MP, foram ainda emitidos dois mandados de busca e apreensão em instalações de empresas e três mandados de detenção fora de flagrante delito quanto aos suspeitos de gerir esta rede de imigração, tendo sido recolhidos, ao longo dos dias de quarta e de quinta-feira, os “depoimentos dos cerca de 150 cidadãos estrangeiros vítimas da situação”.

Foram também apreendidos diversos veículos automóveis, equipamento informático e documentos para fins de prova e verificaram-se as condições indignas nas quais pernoitavam os trabalhadores.

O MP afirma ainda que as diligências processuais se realizaram “fora das instalações policiais e judiciárias” (decorreram no edifício do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém), “pela necessidade de acautelar as medidas de segurança no especial contexto da pandemia vigente”.

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