Política
Primeira semana de Ana Abrunhosa à frente de Coimbra será dedicada a urbanismo e mobilidade

Imagem: Facebook
A presidente da Câmara de Coimbra eleita no domingo pela coligação Avançar Coimbra garantiu hoje que, mal tome posse, vai transferir o atendimento dos cidadãos para os Paços do Concelho e criar uma equipa dedicada, “umbilicalmente ligada ao urbanismo”.
“A primeira [medida que irá tomar] é reunir com os trabalhadores da Câmara e decidir passar o atendimento aos cidadãos [no Mercado Municipal D. Pedro V desde 2023] para os Paços do Concelho. É uma promessa que fiz e que vou cumprir o mais rapidamente possível”, destacou.
Em entrevista à agência Lusa, algumas horas depois de ter destronado José Manuel Silva, que falhou a reeleição para um segundo mandato, Ana Abrunhosa explicou que na primeira semana de trabalho pretende reunir com os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), o reitor da Universidade de Coimbra, a Metro Mondego e com os presidentes das juntas e uniões de freguesias.
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“E terei de perceber o estado financeiro em que a Câmara está, o endividamento, como é que está a preparação do Orçamento 2026 é também uma preocupação. Como sabem, nesta fase terei pouca margem de manobra relativamente ao Orçamento [Municipal] porque houve muitos compromissos”, acrescentou.
A antiga ministra da Coesão Territorial avançou que ficará com o pelouro do urbanismo e que irá “tentar perceber porque é que há tantas queixas dos empresários, mas também das famílias” em relação a esta área.
“Quero constituir uma equipa dedicada ao levantamento dos edifícios devolutos e também comprometida com aquele objetivo de colocar no mercado mil habitações a custos acessíveis. Criarei essa equipa dedicada, que estará umbilicalmente ligada ao urbanismo, mas também a outros serviços da Câmara”, indicou.
Sobre a colocação no mercado de mil habitações a custos acessíveis, esclareceu que é uma promessa para um mandato, “ambiciosa, mas que não é impossível”.
“Só quem não sabe fazer é que acha que é impossível de fazer. Podemos chegar [às mil habitações]de várias maneiras, ajudando a quem tem as casas fechadas a colocá-las no mercado: há uma série de incentivos que as pessoas beneficiam e a câmara pode ser o intermediário. Sempre que licenciamos uma urbanização, negociar ou impor, depende da pressão urbanística, um número de habitações a custos acessíveis nessas urbanizações”, sustentou.
Ana Abrunhosa vincou ainda que a Câmara de Coimbra vai também requalificar edifícios da sua propriedade para habitação: arrendamento e venda.
“Podemos também fazer obras coercivas de edifícios que estão a cair e que colocam em causa a segurança pública, basta olhar para a Rua Direita, a partir da Praça 8 de Maio e perceber que há um conjunto de edifícios que se sustentam numa estrutura metálica. Em quatro anos nada foi feito e é preciso perceber quem são os donos, falar com eles e perceber que a Câmara vai agir”, alegou.
À Lusa assegurou que, das primeiras coisas que vai saber quando tomar posse, é que terrenos e edifícios são propriedade da Câmara de Coimbra, fazendo um levantamento das casas e dos edifícios devolutos.
“Vamos reestruturar tudo o que é o sistema de informação na parte do urbanismo, porque daqui a um ano é obrigatório usarmos um ‘software’ e a estrutura informática da Câmara não suporta esse software. É preciso fazer-se um grande investimento”, informou.
Ana Abrunhosa disse ainda que pretende “uma Câmara do século XXI, em que os trabalhadores também usem inteligência artificial e que possam ter formação”.
“Que muito do que hoje é redundante e se repete nas diferentes áreas possa não se repetir, precisamente porque digitalizamos os sistemas todos de informação”, concluiu.
A coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN) venceu a Câmara com 42,14% dos votos (cinco mandatos), seguindo-se a coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/IL/Nós, Cidadãos!/PPM/Volt/MPT), de José Manuel Silva, com 37,84% (cinco mandatos), e o Chega (um mandato), com 8,17% dos votos.
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