O Presidente da República condecorou hoje os futebolistas Jorge Costa e Diogo Jota com a Ordem do Mérito, a título póstumo, e o Governo com medalhas de Mérito Desportivo, destacando dois atletas de excelência.
As condecorações foram entregues às famílias de Diogo Jota e de Jorge Costa numa cerimónia de homenagem aos dois futebolistas na Cidade do Futebol, em Oeiras, que contou com a participação de todos os jogadores da seleção nacional de futebol.
Num discurso nessa cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que Diogo Jota e Jorge Costa, apesar de diferentes, eram “iguais na paixão pela vida, na alegria de viver, na doação, na capacidade de sonhar, de viver, de esperar e de lutar”.
PUBLICIDADE
“Iguais, com muitos anos de diferença, mas iguais. E depois diferentes. Um tinha a vida à sua frente, o outro tinha metade de vida já feita, mas esperava viver outro tanto. E quer um, quer outro, ambos na eternidade”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou que a condecoração dos dois futebolistas visa mostrar o que ambos “representaram infinitamente” para o povo português, frisando que Diogo Jota já a iria receber porque o Presidente da República tencionava condecorar todos os futebolistas da Seleção Nacional com a Ordem de Mérito devido à conquista da Liga das Nações, e Jorge Costa porque “estava escrito nos astros”.
O Presidente da República condecorou Diogo Jota e Jorge Costa com o grau de comendador da Ordem do Mérito que, de acordo com a lei das ordens honoríficas portuguesas, é atribuída por “atos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, que revelem abnegação em favor da coletividade”.
No seu discurso, o Presidente da República recordou o percurso dos dois atletas, começando por lembrar que, após a vitória na final da Liga das Nações, em junho, contra a Espanha, esteve no balneário com o primeiro-ministro e Diogo Jota era “o mais feliz de todos”.
“O Diogo Jota estava daquela felicidade que têm os jovens quando são muito jovens, quando é a primeira grande vitória (…) e olhava para o futuro e sonhava com tudo à frente dele. Estava mais do que exuberante, estava eufórico”, recordou.
Depois, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, quando soube da morte de Diogo Jota, ficou “sem respiração”, considerando que “não há palavras para explicar o mundo de pernas para o ar”, e frisou que Diogo Jota fará “sempre parte” da seleção nacional.
“Quando se disser a lista dos jogadores, ele está lá. E está eternamente no banco. Está com esta seleção, está com as futuras seleções. Nunca mais deixará de ser selecionado”, disse.
No que se refere a Jorge Costa, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “foi sempre intenso em tudo”, tinha um “instinto vital que resistia a tudo” e, ainda que não tenha conquistado títulos com a seleção nacional, ficou “a um passo ou a dois passos de ganhar tudo”.
Nesta cerimónia, além das condecorações atribuídas pelo Presidente da República, o Governo, representado pelo primeiro-ministro e pela ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, condecorou Diogo Jota com a Medalha de Honra do Mérito Desportivo e Jorge Costa com o Colar de Honra ao Mérito Desportivo.
Perante as famílias de Diogo Jota e Jorge Costa, Luís Montenegro frisou que as condecorações são um “símbolo de gratidão e de reconhecimento” do povo português, salientando que os dois desportistas fazem parte do “núcleo muito pequeno de atletas que atingem um patamar tal de excelência que representam naquilo que fazem não apenas os próprios, mas toda uma comunidade”.
“O Diogo e Jorge foram, cada um no seu tempo, com os seus colegas, nas suas gerações, esse símbolo de excelência, de superação, de ir mais além, de deixar tudo no campo, esse símbolo de, com humildade, tenacidade, espírito de sacrifício, de equipa, levar a vontade de um povo inteiro”, elogiou.
PUBLICIDADE