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Presidente mexicana apresenta reforma para criminalizar assédio após ter sido vítima
Imagem: DR
A Presidente mexicana apresentou uma reforma constitucional para criminalizar o assédio sexual, após ter sido agredida esta semana, enquanto caminhava na Cidade do México, por um homem que a tocou sem o seu consentimento e que já foi preso.
O objetivo, segundo Cláudia Sheinbaum, é criminalizar o assédio sexual em todo o país e trazer à tona “um problema sistémico que afeta todas as mulheres mexicanas”.
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“Quero criar um precedente”, esclareceu.
O incidente ocorreu enquanto Sheinbaum caminhava na rua na Cidade do México e cumprimentava simpatizantes. Na altura, um homem tocou-lhe no peito e tentou beijar a chefe de Estado no pescoço.
Sheinbaum disse ter percebido a gravidade dos acontecimentos ao ver os vídeos.
“Decidi apresentar queixa porque isso é algo que eu vivenciei como mulher, mas é algo que as mulheres em nosso país vivenciam”, declarou, durante uma conferência de imprensa, acrescentando: “Se não apresentar queixa, o que será de todas as mulheres mexicanas?”.
Atualmente, o assédio sexual é crime na Cidade do México, mas não está tipificado de forma uniforme em todo o país.
O governo também planeia lançar uma campanha nacional para promover o respeito e a necessidade de uma “mensagem forte” de que “o espaço pessoal das mulheres não deve ser violado”.
A presidente da câmara da Cidade do México, Clara Brugada, divulgou entretanto uma mensagem de apoio a Sheinbaum: “Se tocarem na Presidente, tocam em todas nós”, disse, em comunicado, sublinhando: “Tolerância zero para a violência contra a mulher”.
As Nações Unidas já condenaram o assédio sofrido pela Presidente mexicana e apelaram para que a violência contra as mulheres no país não seja “normalizada, nem minimizada”.
O Ministério da Mulher do México também condenou o incidente e aproveitou a oportunidade para encorajar as vítimas desse e de outros tipos de abuso a denunciá-los: “Mulheres, adolescentes e meninas não devem ser tocadas!”.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), mais de 70% das mulheres mexicanas com mais de 15 anos sofreram algum tipo de abuso e quase metade delas foram vítimas de violência sexual, sendo a Cidade do México o segundo estado com o maior número de casos.
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