Coimbra

Presidente eleito da Câmara de Coimbra diz que ciclo de oito anos “é suficiente”

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 29-09-2021

O novo presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva (coligação Juntos Somos Coimbra), disse hoje que não prevê fazer mais do que dois mandatos à frente da autarquia, já que é “suficiente” oito anos à frente de uma instituição.

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“Se porventura corresponder às expectativas da população e às minhas próprias expectativas, se conseguir realizar um bom trabalho – não sozinho, mas com a equipa -, prevejo que me possa recandidatar daqui a quatro anos e fazer um ciclo de oito anos”, afirmou à agência Lusa o presidente eleito da Câmara de Coimbra, que encabeçou a coligação coligação PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/Rir/Volt e que conquistou a autarquia com maioria absoluta (seis mandatos atribuídos em 11).

José Manuel Silva disse que não prevê fazer mais do que dois mandatos caso seja reeleito em 2025, por considerar que “um ciclo de oitos é suficiente para a pessoa esgotar, no bom sentido, a sua criatividade à frente de uma instituição”.

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Na perspetiva do novo presidente da Câmara de Coimbra, dois mandatos “é o período aceitável para as pessoas mostrarem aquilo que são e também a oportunidade para saírem pela porta grande, com dignidade”.

A coligação que liderou e que incluía elementos do movimento Somos Coimbra pelo qual concorreu em 2017 impediu a reeleição para um terceiro mandato consecutivo de Manuel Machado (PS), que esteve à frente da autarquia 20 anos (primeiro entre 1989 e 2001 e agora entre 2013 e 2021).

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Para José Manuel Silva, não foi apenas a coligação a ganhar as eleições: “Foi quem está no poder que as perdeu”.

O novo presidente da Câmara de Coimbra espera agora “uma transição tranquila” do poder, fazendo um “apelo democrático” ao atual líder do município para que não caia “na tentação” de avançar com contratações e nomeações após as eleições.

“O atual executivo camarário está em mera gestão corrente. Esperemos que não abuse da sua condição, porque se isso acontecer será muito mau e não iremos aceitar passivamente”, vincou.

José Manuel Silva assegurou também que não irá “parar tudo” o que sejam obras que estejam em execução.

Sobre os pelouros a atribuir ao seu executivo, o presidente eleito já fez uma primeira proposta de atribuição, sendo expectável que fique com o pelouro da cultura, o economista Miguel Fonseca (indicado pelo CDS-PP) com a pasta financeira, a docente da Universidade de Coimbra Ana Bastos (movimento somos Coimbra) com transportes e urbanismo, e o vice-presidente, Francisco Veiga (indicado pelo PSD), diretor da Faculdade de Farmácia, com as áreas da saúde e educação.

A distribuição dos restantes pelouros ainda está em análise, acrescentou.

Em declarações à Lusa, José Manuel Silva disse que o movimento independente Somos Coimbra vai continuar com a sua “identidade própria” e criticou o facto de a lei autárquica não permitir que este tenha uma constituição orgânica, à imagem dos partidos.

O presidente eleito referiu que vai pugnar para que essa e outras alterações à lei sejam feitas, nomeadamente o fim da representação dos presidentes da junta na Assembleia Municipal (AM), um reforço do papel fiscalizador da AM e da oposição na Câmara Municipal, a possibilidade de formação de “geringonças” no poder local e o fim da concentração do poder no presidente de Câmara, que “pode governar ditatorialmente em minoria”.

“A legislação autárquica não é democrática e tem que ser aperfeiçoada”, defendeu.

 

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