Presidente do IPC contra confusão de regras no ensino superior

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 19-07-2017

O novo presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Jorge Conde, manifestou-se hoje contra a “confusão de regras” que gerem o ensino superior e defendeu uma estratégia e uma regulação mais clara e objetiva para o setor.

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jorge conde

O fim da “confusão de regras que nos gerem podia ajudar-nos a fazer melhor o nosso papel”, sustentou Jorge Conde, que falava, hoje à tarde, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), na sessão da sua tomada de posse como presidente IPC.

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“Não queremos obviamente abdicar de autonomias, mas se os dados com que trabalhamos fossem claros e objetivos, provavelmente estaríamos disponíveis para negociar [as regras]”, admitiu.

O regime jurídico das instituições de ensino superior confunde claramente a missão dos politécnicos com a das universidades, há um elevado número de instituições e as variações da quantidade de alunos nos estabelecimentos de ensino não se refletem nos respetivos orçamentos, disse Jorge Conde, elencando confusões e problemas do setor no país.

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Há normas que “proíbem as instituições públicas de crescer, mas os privados, ali ao lado na mesma rua”, poder; os privados e as fundações têm “regras que lhes permitem, por um lado, captar e, por outro, poupar dinheiro”, mas isso é vedado às instituições de gestão pública”; e foram criadas leis que “não presumem que há gestores honestos e competentes do lado público”, exemplificou ainda Jorge Conde.

Se o ensino superior fosse “qualitativamente avaliado” e se disso resultassem “objetivos específicos para o país, que refletissem as necessidades e tendências do mercado”, as instituições saberiam adaptar a oferta à procura, “fugindo assim da exportação de mão-de-obra altamente qualificada”, sustentou, por outro lado, o presidente do IPC.

Mas só há “a avaliação qualitativa dos cursos pela A3ES [Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior] e mesmo neste capítulo com uma permissividade que ainda deixa, no campo da oferta, produtos que muito têm para evoluir”, advertiu.

“Falta, pois, ao país estratégia para o setor e uma mais clara regulação do mesmo, nomeadamente beneficiando a qualidade”, sintetizou o responsável.

“Da tutela [Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior] esperamos condições e reconhecimento”, apelou Jorge Conde, considerando que, “seria mais fácil esperar facilidades”, mas que o IPC ficará “feliz” se lhes forem dadas condições e reconhecimento do seu trabalho.

Às empresas e autarquias, Jorge Conde pede oportunidades para o Politécnico mostrar que tem saber, que sabe fazer e que pode, com elas, desenvolver “um trabalho produtivo que solucione” os seus problemas.

Dos parceiros no ensino superior, espera “complementaridade” e disponibilidade para “um trabalho conjunto de produção de saber”, enquanto à comunidade profissional do IPC pede “cooperação, trabalho conjunto, crítica construtiva” e, “fundamentalmente, disponibilidade para a mudança”.

Já aos estudantes do IPC, o novo presidente pede “exigência” para com eles próprios e para com a instituição, mas, adverte, “exigência de qualidade, de excelência no ensino, de elevação do valor dos diplomados pelo seu aumento de competências e de comportamentos”.

Jorge Conde, que era presidente da ESTeSC, foi eleito presidente do IPC em maio, sucedendo a Rui Antunes, que ocupava o cargo desde 2009, depois de ter liderado presidido à Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC).

Criado em 1979, o IPC possui cerca de 9.800 estudantes, distribuídos pelos institutos superiores de Engenharia e de Contabilidade e Administração/Coimbra Business School e pelas escolas superiores Agrária, de Educação e ESTeSC, em Coimbra, e Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em Oliveira do Hospital.

No vídeo do directo NDC pode ver a actuação de elementos da Orquestre Clássica do Centro e os discursos de Filomena Girão e Jorge Conde na cerimónia de posse. 

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