Política

Presidente da República diz estar mais três anos e meio “sem mudar uma vírgula nos valores”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 13-10-2022

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que continuará Presidente da República até ao fim do mandato, por mais três anos e meio, “exatamente como sempre” tem sido, “sem mudar uma vírgula nos valores, nos princípios, na determinação”.

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“O Presidente cá está, vai continuar o seu caminho, caminho que tem ainda pela frente três anos e meio, exatamente como sempre foi, sem mudar uma vírgula nos valores, nos princípios, na determinação, sempre, sempre ao serviço dos portugueses e de Portugal”, declarou o chefe de Estado aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

À saída de uma conferência, Marcelo Rebelo de Sousa parou junto à comunicação social para fazer uma curta declaração, em que começou por se dirigir às vítimas de abusos sexuais por parte de responsáveis da Igreja Católica Portuguesa, pedindo desculpa se ofendeu “uma que seja” dessas pessoas com as suas palavras de terça-feira.

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Depois, agradeceu aos portugueses que lhe enviaram “centenas, centenas de mensagens” nos últimos dois dias. “Dizendo, no fundo, aquilo que é óbvio: que me conhecem há não sei quantos anos, que conhecem os sete anos do meu mandato e que, portanto, sabem que as causas sociais, dos pobres, dos explorados, dos dependentes, dos abusados são as minhas causas sociais”, referiu.

“Dizendo: nós conhecemos o seu caráter, é o que é, não muda aos 74 anos e ao sétimo ano de mandato”, acrescentou.

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Em terceiro lugar, o chefe de Estado deixou uma palavra “em especial para a comunicação social e para aqueles que no mundo político formularam os seus juízos” sobre as suas palavras de terça-feira, defendendo que “em democracia é fundamental o papel da comunicação social” e que “faz parte da democracia o espírito crítico, a abertura, o não haver as censuras”.

“E, portanto, neste quadro, queria garantir aos portugueses e a todos quantos servem os portugueses e devem servir na comunicação social, nos movimentos sociais, nos partidos políticos, é que o Presidente cá está, vai continuar o seu caminho, caminho que tem ainda pela frente três anos e meio, exatamente como sempre foi, sem mudar uma vírgula nos valores, nos princípios, na determinação, sempre, sempre ao serviço dos portugueses e de Portugal”, afirmou.

A seguir, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se responder a perguntas: “Era isto que queria dizer, mais nada. Está dito”.

Na terça-feira, questionado sobre a recolha de 424 testemunhos de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica em Portugal, o Presidente da República disse não estar surpreendido, salientou que “não há limite de tempo para estas queixas” que têm estado a ser recolhidas, algumas relativas “há 60 ou há 70 ou há 80 anos”.

“Significa que estamos perante um universo de pessoas que se relacionou com a Igreja Católica de milhões ou muitas centenas de milhares”, prosseguiu Marcelo Rebelo de Sousa, concluindo: “Haver 400 casos não me parece que seja particularmente elevado, porque noutros países e com horizontes mais pequenos houve milhares de casos”.

Face às críticas que as suas declarações suscitaram, o chefe de Estado divulgou uma nota a explicar que “este número não parece particularmente elevado face à provável triste realidade, quer em Portugal, quer pelo mundo”, admitindo que “terá havido também números muito superiores em Portugal”.

Depois, o Presidente da República falou para a RTP e para a SIC, reiterando que 424 queixas lhe parecia um número “curto” face ao que estima ser a realidade, declarando que aceitava democraticamente as críticas, mas não as compreendia.

Os 424 testemunhos foram recolhidos pela designada Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, uma estrutura constituída por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa e coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht.

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