Crimes

Presidente da Câmara de Penamacor vai ser julgado por prevaricação de cargo político e de falsificação de documento

Notícias de Coimbra com Lusa | 12 meses atrás em 10-05-2023

 O início do julgamento do presidente da Câmara de Penamacor, António Beites, acusado dos crimes de prevaricação de cargo político e de falsificação de documento, está marcado para 13 de junho.

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No Juízo Central Criminal de Castelo Branco estão agendadas sessões para os dias 13 e 27 de junho.

O presidente do município de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, foi acusado pelo Ministério Público dos dois crimes relativos a um alegado ajuste direto de obras que já estariam feitas.

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Além do autarca socialista, a cumprir o terceiro mandato, também foram acusados da prática dos mesmos crimes o ex-chefe de divisão do departamento de obras e uma técnica do município, bem como o sócio-gerente e um funcionário da Sociedade António J. Cruchinho e Filhos, à qual foi atribuída a empreitada.

O Ministério Público (MP) considera que os arguidos agiram em coautoria e “encenaram” e “simularam” os trâmites legais do procedimento para a repavimentação de uma estrada e para a reparação do caminho de acesso à Reserva Natural da Serra da Malcata.

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De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a estrada e o caminho foram alvo de uma intervenção entre 2014 e 2015, mas não foi feita qualquer obra no âmbito do ajuste direto realizado posteriormente.

O MP diz que, já em 2017, o autarca decidiu “compensar financeiramente” a empresa pelo desenvolvimento dos trabalhos efetuados em 2014/2015, acusando os restantes arguidos de terem concordado no propósito e de terem participado na elaboração de várias peças processuais do ajuste direto.

Descrevendo cada passo do processo, que se prolongou até 2019, O MP considera que aquela empreitada, no valor de quase 158 mil euros, “não foi efetivamente prestada” e que o procedimento foi fabricado”, mais não sendo do que “um mero simulacro”, destinado a dar a “aparência” da execução.

Para o MP, os arguidos agiram de acordo com “um plano que previamente arquitetaram” e que tinha o “único propósito de proporcionar um ganho patrimonial ilícito à sociedade arguida”.

A acusação salienta ainda que os arguidos violaram princípios e normas legais a que estavam obrigados e vinca que a atuação de António Beites revela “o seu desprezo pela natureza e importância das funções autárquicas que lhe foram conferidas e evidencia a falta de condições para o exercício de cargos similares”.

O MP defende que, em caso de condenação, deve ser declarada a pena acessória de perda de mandato que António Beites exerce ou venha a exercer e acrescenta que este também deve ficar “sujeito à eventual declaração de inelegibilidade em atos eleitorais”,

É ainda pedida a proibição do exercício de funções públicas para a atual funcionária e ex-funcionário do município e a proibição da celebração de contratos com qualquer entidade pública para a empresa.

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