Coimbra

Presidente da Câmara de Miranda do Corvo pede a ministra abertura do Hospital Compaixão

Rui Avelar | 4 anos atrás em 09-03-2020

O presidente da Câmara de Miranda do Corvo, citado hoje pela Fundação ADFP, defende que o Hospital Compaixão, sem abrir há perto de um ano, deve merecer a atenção do Ministério da Saúde.

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Para o autarca, Miguel Baptista (PS), a entrada em funcionamento deve ser assegurada pela tutela tão breve quanto possível.

O Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo, apetrechado para funcionar, permanece por abrir, devido à falta de um acordo de cooperação com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

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O presidente da Fundação ADFP, Jaime Ramos (médico), expressou o desejo de ver a Câmara Municipal mirandense “envolvida, de forma pública, na abertura” daquele equipamento, “exigindo a autarquia ao Governo a assinatura dos acordos de cooperação para que o hospital funcione como estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde”.

Jaime Ramos tem admitido que o Hospital Compaixão, pertencente à Fundação -Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, possa funcionar sob gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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Ao queixar-se de a instituição (sem fins lucrativos) estar a ser marginalizada, o médico apontou a agentes do Estado “práticas sectárias” e imputou-lhes “desejo de proteger interesses instalados, avessos a concorrência”.

O Hospital Compaixão possui 40 camas para cuidados continuados (30 de convalescença e 10 para cuidados paliativos), mas o único gesto da ARS/Centro tendente a aproveitar o equipamento não passou de um aceno da Equipa Regional de Cuidados Continuados.

“Fomos visitados pela drª Maria José Hespanha, em 2018, e ficámos com a ideia de que tratando-se de camas necessárias à Equipa Regional de Cuidados Continuados seriam alvo de contratação para começarem a funcionar no ano seguinte”, assinalou Jaime Ramos.

Para o presidente da Fundação ADFP – Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, “o esforço feito para inverter o esvaziamento característico da interioridade está a ser injustamente desprezado”.

Ao fazer notar que “em toda a sub-região do Pinhal Interior não há uma cama de cuidados continuados de convalescença ou de paliativos”, o médico deixa a seguinte pergunta: “qual a razão capaz de justificar que o Estado só tenha sido sensível a contratualizar unidades de convalescença com entidades ligadas à banca”?

Se o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra tem, “diariamente, ente 70 e 100 camas ocupadas por internamentos sociais” (pacientes já com alta médica), “por que não contratualiza a ARS/Centro 40 camas existentes no Hospital Compaixão, mais baratas, mais humanizadas, mais próxima das famílias”?, questiona Jaime Ramos.

Propriedade de uma instituição do sector social, a unidade hospitalar, se for abrangida por acordo de cooperação outorgado pela ARSC, não acarreta aumento de encargos públicos. “A generalidade dos serviços que iremos prestar corresponde a outros que, hoje em dia, são pagos pelo Estado a entidades privadas, de natureza lucrativa, algumas de capitais multinacionais”, acentua o médico.

O Hospital Compaixão traduz o maior investimento privado, de interesse público, realizado no concelho de Miranda do Corvo desde a construção do convento de Semide (século XII), assinala Jaime Ramos.

Instalado num terreno cuja superfície é superior a um hectare – perto da primeira Casa do Gaiato que o Padre Américo [Monteiro de Aguiar] criou em Portugal – o Hospital Compaixão corresponde a uma área de construção de 4 000 metros quadrados.

A unidade assistencial, projectada pela engenheira Gabriela Morais, está dotada de meia centena de camas para internamento, em quartos duplos e individuais, com instalações sanitárias privativas, televisão, climatização e gases medicinais.

A edificação importou em cerca de 4,50 milhões de euros e o equipamento em 2,50 milhões.

A par de tomografia computorizada, o Hospital Compaixão está apetrechado com quatro valências de imagiologia clínica e com intensificador de imagem (concebido para auxiliar as equipas médicas na realização das mais exigentes intervenções cirúrgicas).

Segundo Gabriela Morais, o bloco operatório dispõe de condições físicas e tecnológicas de excepção, graças a um sistema de iluminação que melhora substancialmente a visualização da área de intervenção e elimina o efeito de sombra.

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