Política

Presidente cessante da Câmara de Coimbra encheu a boca com a Manifesta. Deixa nado-vivo nas mãos da sucessora!

Notícias de Coimbra | 2 horas atrás em 20-10-2025

A presidente eleita da Câmara de Coimbra julgava “herdar” a Manifesta, Bienal Nómada da Europa, em velocidade de cruzeiro; puro engano.

Interpelado por Notícias de Coimbra, a 15 dias da passagem do testemunho a Ana Abrunhosa, José Manuel Silva indicou que “os mecanismos processuais e legais estão, agora, a ser, tranquilamente, desenvolvidos, sem qualquer problema”.

A lacónica resposta do autarca ignora, por exemplo, a pergunta destinada a apurar se “a CMC ainda não está apta a receber cerca de 850 000 euros provenientes da Administração Central”.

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O líder cessante do Município conimbricense opta por dizer que a autarquia “assumiu compromissos precoces depois de todos os parceiros prometerem  cumprir as respectivas partes do entendimento, caso contrário, Coimbra perderia a 17ª. edição da Manifesta para outra cidade europeia”.

Fontes da maioria autárquica saída das eleições de 12 de Outubro declararam a NDC ser nulo um protocolo outorgado, no recente Verão, pelo presidente cessante da CMC.

“José Manuel Silva assinou um protocolo que implica despesa para o Município e, por outro lado, acarreta o recebimento de verbas provenientes do Governo a fim de serem transferidas para a Bienal Manifesta”, assinala fonte da coligação “Avançar Coimbra”.

Acontece que o edil, prossegue a fonte, subscreveu o sobredito protocolo “sem cumprir os trâmites legais”.

Segundo um dos futuros autarcas, tal protocolo implica alteração ao plano de actividades e ao orçamento camarários para 2025, requerendo as mexidas homologação por parte da Assembleia Municipal (onde Silva não dispunha de maioria, ao contrário do que acontece com a nova presidente da CMC).

A alusão de José Manuel Silva a “mecanismos processuais e legais a serem, agora, tranquilamente, desenvolvidos” omite que o executivo camarário e a AM em finais de mandatos já não voltarão a reunir-se.

Resta à Câmara e à Assembleia Municipal, com novas composições, voltarem à ‘estaca zero’.

Há dois meses e meio, o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto anunciou que Coimbra será, em 2028, a cidade anfitriã da 17ª. edição da Manifesta.

“A Anozero, Bienal de Arte Contemporânea – organizada pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, pela Câmara e pela Universidade locais – desafiou a Bienal Manifesta a cocriar uma edição colaborativa; graças à acção coordenada do Governo com a cidade e a região, o desafio foi aceite”, indicou a ministra Margarida Balseiro Lopes.

De acordo com o Ministério, o evento “envolve profundamente as comunidades locais, incentivando o diálogo entre artistas, residentes, políticos e visitantes”.

O investimento global previsto, num montante de oito milhões de euros, é assegurado em 50 por cento pelo Governo, sendo os outro quatro milhões da responsabilidade de entidades locais, doadores e patrocinadores da iniciativa.

A 17ª. edição da Bienal Nómada Europeia foi apresentada, em Coimbra, há um mês.

Mais do que uma bienal de arte contemporânea, o evento aspira a ser, segundo os organizadores, uma plataforma interdisciplinar e um fórum de criatividade, inovação e desenvolvimento, atento às questões da identidade, diversidade, migrações, ambiente ou globalização.

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