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Prémio Nobel da Paz saúda condenação por genocídio de minoria yazidi

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 30-11-2021

A prémio Nobel da Paz de 2018, Nadia Murad, saudou hoje a condenação de um iraquiano do grupo extremista Estado Islâmico (EI) a prisão perpétua por genocídio como uma vitória para “toda a comunidade yazidi”.

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“Este veredicto é uma vitória para os sobreviventes do genocídio, os sobreviventes da violência sexual e toda a comunidade yazidi”, disse Nadia Murad num comunicado, ela própria uma antiga escrava sexual do EI.

Um tribunal alemão condenou hoje o jihadista iraquiano Taha al-Jumailly, 29 anos, a prisão perpétua por genocídio, ao ter deixado morrer de sede uma menina yazidi de 5 anos que tinha escravizado no norte do Iraque.

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Esta é a primeira vez no mundo que um tribunal decide que este tipo de crime contra a minoria étnico-religiosa yazidi constitui genocídio, já reconhecido como tal por investigadores da ONU.

Nadia Murad, 28 anos, pertence à comunidade yazidi e tem liderado uma campanha para que estes crimes sejam reconhecidos como genocídio, juntamente com a advogada Amal Alamuddin Clooney, que representou a mãe da criança no julgamento realizado em Frankfurt.

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Amal Alamuddin Clooney também viu a decisão como o “momento pelo qual os yazidis esperavam”.

“Já não pode ser negado: o EI é culpado de genocídio”, disse, citada no comunicado de Murad, segundo a agência de notícias France-Presse.

Taha al-Jumailly, que se juntou às fileiras do EI em 2013, foi condenado por ter deixado morrer a menina yazidi, que tinha “comprado como escrava” com a mãe, segundo a acusação.

O crime aconteceu no verão de 2015, na cidade iraquiana de Fallujah.

Por este crime, a sua ex-mulher, a alemã Jennifer Wenisch, 30 anos, já tinha sido condenada a 10 anos de prisão em outubro, por “crimes contra a Humanidade de que resultou a morte” da criança.

A mãe da menina, Nora B., contou ao tribunal a provação da filha, “amarrada a uma janela” no exterior da casa com temperaturas até 50°, de acordo com o procurador.

O iraquiano pretendia castigar a criança, de quem abusou, por ter urinado num colchão.

A minoria étnico-religiosa yazidi tem sido particularmente perseguida pelos jihadistas do EI, que escravizaram mulheres e mataram homens às centenas depois de terem invadido as montanhas Sinjar no noroeste do Iraque, em agosto de 2014.

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