A sofrer de azia, devido a um relatório acabado de divulgar pelo Tribunal de Contas, o presidente da Câmara de Coimbra violou, esta semana, o princípio de não se ser bom juiz em causa própria ao recorrer a artigos de opinião para “emendar” o TdC.
José Manuel Silva, para quem o TdC “também sofre de dubiedades” (incertezas), viu justificação de voto de duas juízas, apesar de só haver uma declaração, e ignora que mesmo esta entende “dever ser mantida a indiciação por violação do requisito previsto na lei para a manutenção das nomeações [de dirigentes camarários] feitas em regime de substituição” (sem provimento nos cargos ao abrigo de concursos).
O autarca, que se queixara do seu antecessor, Manuel Machado, denota irritação na medida em que houve juízas a concluir que ambos “agiram conhecendo as normas violadas e conformando-se com a ilegalidade dos seus actos”.
Demasiado tempo ocupado a escrever nas redes sociais, José Manuel Silva está há um ano, por exemplo, sem sequer responder a uma funcionária da autarquia que lhe propôs usufruir de regime de pré-reforma.
Constato, ainda, que o Município de Leiria entregou, recentemente, 10 viaturas a 25 unidades de saúde do concelho a fim de facilitar a prestação do serviço de apoio domiciliário. Ora, a Câmara de Coimbra é presidida por um ex-bastonário da Ordem dos Médicos e a cidade aspira a ser “capital da saúde”…
Post-scriptum – O título remete, literalmente, para um autarca a falar sozinho.
Opinião | Rui Avelar – Jornalista
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