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Preços do calçado com tendência global de subida devido a pressões inflacionistas

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 07-12-2021

Os preços do calçado deverão registar uma tendência global de subida nos próximos meses devido às “pressões inflacionistas” sentidas em todo o mundo, aponta a última edição do ‘World Footwear Business Conditions Survey’.

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“A expectativa quanto à evolução dos preços do calçado é crescente nos próximos meses. Os nossos especialistas preveem que os preços continuarão a subir, em resultado dos vários pontos de pressão que impactam os negócios”, lê-se na última edição do inquérito, efetuada em outubro junto de 122 profissionais do setor em todo o mundo.

De acordo com as conclusões do trabalho, “as expectativas relativas ao preço do calçado sofreram uma forte subida drástica desde a última edição do inquérito, em linha com as pressões inflacionistas que se fazem sentir em todo o mundo”.

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Assim, mais de três quartos dos especialistas inquiridos preveem agora uma subida dos preços, enquanto apenas 3% acredita que vão diminuir e só um em cada cinco espera que os preços permaneçam inalterados.

Segundo salienta, “este sentimento é comum aos respondentes de todos os ramos do setor e reflete o contexto de negócios recente, dominado pelo aumento da inflação em diversos países, pelos preços crescentes das matérias-primas e pelos custos de transporte que dispararam (refletindo os sérios problemas vividos na cadeia de abastecimento global)”.

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“Todos esses fatores combinados, se persistirem, podem ajudar a explicar esta pressão esperada sobre os preços do calçado”, refere.

Geograficamente, o inquérito precisa que “as perspetivas sobre a evolução dos preços são ligeiramente mais cautelosas na África e na Ásia do que nos outros continentes”, mas salienta que “o saldo de respostas extremas é superior a 50 pontos percentuais em todas as regiões”.

Em declarações à agência Lusa, o diretor de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) – cujo gabinete de estudos é responsável pela elaboração do ‘World Footwear Business Conditions Survey’ – reiterou que “não há dúvidas que existirão reajustamentos” nos preços.

“Considerando o aumento do custo das matérias-primas e, mesmo, dos transportes, o indicador é claro: haverá consequências ao nível do preço final do calçado”, afirmou Paulo Gonçalves, acrescentando: “Difícil é prever o aumento exato do preço final do calçado, mas não há dúvidas que existirão reajustamentos”.

A APICCAPS recorda que, na última década, o preço médio do calçado exportado a nível mundial aumentou 33,8%, ascendendo agora a 10,37 dólares o par, quando na década anterior os preços médios do calçado tinham aumentado menos de metade, ou seja, apenas 16,4%.

Salientando que a subida dos preços “será tendencial internacional” e “afetará os vários ‘players’”, a associação considera que “será uma inevitabilidade” e que “não adiantará às empresas resistirem”.

“Neste contexto, não terão outra solução”, reconheceu Paulo Gonçalves.

A quinta edição do inquérito ‘online’ ‘Business Conditions Survey’ foi realizada durante o mês de outubro com base em 122 respostas válidas a profissionais do setor, dos quais 43% com origem na Europa, 30% na Ásia, 13% e 7% na América do Norte e do Sul, respetivamente, 6% de África e 1% da Oceânia.

Perto de um terço (31%) dos inquiridos estão ligados à produção de calçado, 19% ao comércio e distribuição e os restantes 50% a outras atividades do setor (associações comerciais, consultoria e outras).

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